Apoiado pela Acelen, Estado terá capital de R$ 1,5 bilhão para pesquisa sobre diesel verde
A captação de investidores é imprescindível para o progresso da ciência e tecnologia no estado. Em busca de capital para o desenvolvimento dessas e outras áreas, o governador Jerônimo Rodrigues foi à China e aos Emirados Árabes. Na viagem ao país asiático, que foi acompanhada pelo secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), André Joazeiro, foram estabelecidas diversas parcerias focadas em tecnologia e inovação com empresas como Dahua Technology, Avic e Hauwei. Nos Emirados, foi assinado um memorando com a Acelen, que garante à Bahia o capital de R$ 1,5 bilhão em pesquisa de diesel verde. Esse é o maior investimento já feito na história da pesquisa baiana.
A sinergia com a Acelen mudou a lógica de política de atração de investimento do Estado. Agora, será baseada em incentivo para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e não em incentivos fiscais. O projeto baiano de transição energética, com foco em diesel verde, será desenvolvido com os óleos de macaúba e dendê. O intuito é contribuir para a desfossilização de combustíveis. O recurso, inicialmente, é de R$ 1,5 bilhão, que, quando envolve pesquisadores de outros países ou estados, pode chegar a cerca de R$ 2,5 bilhões.
O capital será utilizado em diversos estudos, como na obtenção de germoplasmas de culturas ainda não domesticadas, fazendas-viveiro semiautomatizadas, cultivo e plantação em alta escala, tanto em pequenas como grandes propriedades, colheita de alta escala, entre outros. Com isso, as universidades, instituições científicas e de inovação tecnológica (ICTs), startups e todo o ecossistema de inovação baiano serão impulsionados.
Na China, as negociações sobre tecnologia foram voltadas para o desenvolvimento do conceito de Cidades Inteligentes. A Dahua Technology, que promove serviço de segurança usando Inteligência Artificial das Coisas (AIoT), quer desenvolver estudos para aplicar sua tecnologia no estado, além de investir nas cidades inteligentes de Entre Rios e Itaparica. A Avic, conglomerado focado em infraestrutura, também mostrou interesse em aplicar recursos nas Smart City baianas. Com a Hauwei, foi assinado um memorando para expansão tecnológica. A empresa utilizará o Parque Tecnológico da Bahia para elaborar projetos e formar mão de obra.
Segundo o secretário da Secti, André Joazeiro, o saldo da viagem é positivo. “É um investimento da Acelen que vai girar em torno de R$ 1,5 bilhão de investimento só na pesquisa. São R$ 12 bilhões no projeto, mas com essa quantia separada só para a pesquisa. Esse é o maior projeto de pesquisa feito na história da Bahia e é o maior investimento de pesquisa em energia no estado”, ressalta o titular da pasta.
Para o vice-presidente de Relações Institucionais, Comunicação e ESG da Acelen, Marcelo Lyra, a proposta insere o estado no cenário mundial de produção de energia limpa. “É um projeto grandioso que coloca Acelen entre os 25 maiores produtores de diesel renovável do mundo e coloca também a Bahia entre os 25 locais onde se produz diesel renovável. Portanto, incorpora definitivamente o estado no cenário de transição energética a partir de biocombustível”, projeta.
Parque Tecnológico de Transição Energética
Com foco na transição energética, a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com o Senai Cimatec, também desenvolve um novo projeto do Parque Tecnológico. Primeiro espaço estendido do Parque Tecnológico da Bahia, parte da política de interiorização prevista no Programa de Governo Participativo (PGP), será implantado em Camaçari, em uma área de 50 hectares. O Parque nascerá com quatro grandes empresas. A Acelen, que fará o investimento de mais de R$ 1,5 bilhão, e outras três, que juntas foram o investimento de R$ 250 milhões. Os nomes das três parcerias previstas serão anunciados à medida em que os protocolos com o Governo forem assinados.
Fonte: Ascom/SectiFoto: Divulgação