Celebrado em 28 de maio, o Dia Nacional da Luta pela Redução da Mortalidade Materna é uma data importante para debater as ações promovidas para combater a morte de mulheres em idade gestacional e de recém-nascidos. Na Bahia, o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) é referência para casos de alta complexidade materno-infantil, registrando, nos últimos dois anos, um decréscimo de 66,7% no índice de mortalidade materna.
Os resultados, conforme explica a diretora de enfermagem do HGRS, Aldacy Gonçalves, se devem a uma série de estratégias adotadas pela instituição. “Nos últimos anos, o hospital conseguiu reduzir os óbitos em função de alguns projetos em desenvolvimento, a exemplo da Rede Cegonha e do Apice On [Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia], que vêm mobilizando a maternidade para mudanças nas suas práticas assistenciais e de gestão”, explica.
De acordo com a diretora, a partir da diretriz de cogestão, foi implantado o Grupo de Trabalho (GT) da maternidade, impulsionando a implementação de ações de grande relevância para redução da morbimortalidade materna, tais como: garantia de atendimento na rede através da vinculação; inserção do protocolo de boas práticas na atenção ao parto e nascimento e do protocolo de parto seguro; garantia da presença do acompanhante durante todo o internamento da usuária; inserção da enfermeira obstetra na assistência ao parto de risco habitual; organização do cuidado obstétrico e ginecológico pelo risco, com a implantação do acolhimento com classificação de risco na porta de entrada; capacitações com equipe multiprofissional, em especial para o manejo da hemorragia pós-parto, evidenciada como uma das principais causas de morte materna no Brasil.
Maior hospital público do Norte-Nordeste, o HGRS realizou, no último ano, cerca de quinze mil atendimentos na maternidade, com histórias de patologia vascular (TVP), nefropatia, oncologia, hipertensão, psiquiatria, diabetes, malformações fetais, cardiopatias, síndromes colestáticas, entre outras. Pacientes de 131 municípios recebem assistência na unidade.
Na avaliação da neonatologista Magnólia carvalho, os índices de mortalidade perinatal no Brasil estão acima do esperado e interferem diretamente na mortalidade infantil. Segundo a médica, na Bahia, a taxa de mortalidade perinatal é em torno de 13%, atribuída, principalmente, às questões da prematuridade, infecção perinatal, asfixia e malformações congênitas.
“A Maternidade Dulcineia Moinho, no Hospital Geral Roberto Santos, por ser de alta complexidade, presta assistência especialmente nessas situações e está envolvida em ações para redução da mortalidade neonatal. Dentre as medidas implantadas no serviço de neonatologia do hospital, estão aquelas que visam melhorar os índices de hipotermia e infecção na UTI [unidade de terapia intensiva] e UCI [unidade de cuidados intermediários], como também o incentivo ao aleitamento materno, com ordenha à beira do leito e ampliação do atendimento do nosso banco de leite. Além disso, somos centro de referência estadual no Método Canguru, um método voltado ao recém-nascido de baixo peso, que visa o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho”, detalha a médica neonatologista.
Secom