** No último mês do ano, inflação na RM Salvador (0,39%) ficou abaixo da nacional (0,62%) e foi a 3a menor do país;
** No ano de 2022, porém, a alta acumulada do custo de vida na RMS (6,29%) só foi menor do que as verificadas nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro/RJ (6,65%) e São Paulo/SP (6,61%);
** Preços de alimentação e saúde e cuidados pessoais foram os que mais puxaram para cima a inflação da RM Salvador, tanto em dezembro quanto no ano de 2022;
** No ano passado, gás de botijão (20,76%) foi principal pressão inflacionária individual e vestuário teve maior alta desde o início do Real (22,39%);
** Por outro lado, quedas recordes nos preços de transportes (-2,40%) e comunicação (-2,87%) ajudaram a conter inflação de 2022, na RM Salvador;
** Em 2022, na RM Salvador, inflação para as família de renda mais baixa, calculada pelo INPC, foi de 7,02%, 2a maior do país e mais alta que o IPCA.
Em dezembro de 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida da inflação oficial, calculado pelo IBGE, ficou em 0,39% na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Embora tenha voltado a acelerar frente ao mês anterior (havia sido de 0,26% em novembro), foi a inflação mais baixa para um mês de dezembro, na RMS, em cinco anos, desde 2017, quando havia ficado em 0,10%.
O IPCA de dezembro na RM Salvador também ficou abaixo do índice nacional (0,62%) e foi o 3o mais baixo entre os 16 locais pesquisados separadamente pelo IBGE, acima apenas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro/RJ (0,33%) e do município de Campo Grande/MS (0,38%).
Com o resultado do mês, o IPCA da RM Salvador fechou o ano de 2022 em 6,29%. Ficou bem aquém da inflação de 2021 (10,78%), mas, depois dela, foi mais alta para um ano desde 2016, quando o acumulado havia sido de 6,72%.
A inflação oficial de 2022 na RMS também ficou acima do indicador nacional (5,79%) e foi a terceira mais elevada do país, abaixo apenas das altas no custo de vida nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro/RJ (6,65%) e São Paulo/SP (6,61%).
O quadro a seguir mostra os resultados do IPCA de dezembro e do ano de 2022 para o Brasil e cada uma das áreas pesquisadas.
O gráfico a seguir mostra a evolução da inflação anual na Região Metropolitana de Salvador, entre 2012 e 2022.
Preços de alimentação e saúde e cuidados pessoais foram os que mais puxaram para cima a inflação da RMS em dezembro e no ano de 2022
O IPCA de dezembro de 2022 na Região Metropolitana de Salvador (0,39%) foi resultado de aumentos nos preços médios de oito dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice.
Apenas o grupo transportes teve deflação (queda média dos preços) no mês (-1,70%), puxado pelos combustíveis (-6,82%), sobretudo a gasolina (-7,15%). Além disso, dos oito grupos em alta, sete mostraram aceleração de preços, ou seja, aumentaram mais em dezembro do que em novembro – a única exceção foi habitação (0,07% em dezembro frente a 0,38% em novembro).
No último mês do ano passado, os grupos saúde e cuidados pessoais (1,84%) e alimentação e bebidas (0,84%) foram, nessa ordem, os que mais puxaram para cima a inflação na RM Salvador.
No primeiro grupo, itens de higiene pessoal (3,80%), como perfume (10,15%), e serviços de saúde (1,07%) como os planos de saúde (1,21%), lideraram as pressões inflacionárias.
Entre os alimentos, tanto os consumidos em casa (0,65%), como a cebola (14,87%) e as carnes em geral (1,71%), quanto a alimentação fora do domicílio (1,43%), sobretudo refeições, ou seja, almoço e jantar (1,36%), contribuíram de forma importante para a alta do custo de vida na RMS.
O grupo com o maior aumento em dezembro, na RM Salvador, foi vestuário (1,95%), cujos preços voltaram a subir de forma significativa, após uma discreta variação negativa em novembro (-0,01%). Embora não exerça tanto impacto no índice geral de inflação, por ter peso menor nas despesas das famílias, o grupo vestuário mostrou altas praticamente ininterruptas, na RMS, desde agosto de 2021.
Em 2022, gás de botijão (20,76%) foi principal pressão inflacionária individual e vestuário teve maior alta desde o início do Real (22,39%)
O retrato da inflação da Região Metropolitana de Salvador no ano de 2022 foi muito parecido com o de dezembro.
Com o segundo maior aumento acumulado, alimentação e bebidas (11,87%) liderou em termos de pressão inflacionária, enquanto o grupo saúde e cuidados pessoais teve o terceiro maior aumento (10,08%) e a segunda principal contribuição para a elevação do custo de vida do ano.
Entre os alimentos, houve pressão tanto dos consumidos em casa (12,72%), quando da alimentação fora (9,33%).
No primeiro caso, leites e derivados (22,13%) e panificados (22,54%) lideraram as contribuições, com um destaque individual para a cebola, que mais que dobrou de preço no ano e teve o maior aumento entre todos os produtos e serviços investigados para calcular a inflação (129,95%). Na alimentação fora de casa, as refeições (8,41%) deram a principal contribuição para a alta do IPCA de 2022, na RMS.
No grupo saúde e cuidados pessoais, produtos de higiene pessoal (15,50%), com destaque para o perfume (21,43%), e serviços de saúde (6,64%), puxados pelos planos de saúde (6,76%), lideraram as pressões inflacionárias.
Individualmente, porém, o item que mais puxou o custo de vida para cima, em 2022, na RM Salvador, foi o gás de botijão, com alta de 20,76%.
Assim como ocorreu na maioria dos meses de 2022, o grupo vestuário teve o maior aumento de preço no ano passado, na RMS, e a inflação mais alta para esse grupo desde a adoção do Real, em 1994 (22,39%).
Em 2022, quedas recordes nos preços de transportes (-2,40%) e comunicação (-2,87%) ajudaram a conter inflação na RMS
Com quedas recordes de preços em 2022, os grupos transportes (-2,40%) e comunicação (-2,87%) ajudaram a conter o IPCA do ano, na RM Salvador, e fazer a inflação a desacelerar frente a 2021.
Entre as despesas com transporte, a gasolina (-24,89%) teve deflação recorde e foi a principal influência, com repercussão no etanol (-33,66%), que também mostrou uma queda histórica de preços. Foram também as deflações mais profundas dentre todos os itens pesquisados no IPCA.
Já no grupo comunicação, as principais contribuições vieram dos serviços de acesso à internet (-15,04%) e dos aparelhos telefônicos (-5,20%).
Outra despesa importante para as famílias que também viu seu preço média cair em 2022 foi a energia elétrica residencial (-13,44%).
Na RM Salvador, INPC foi de 0,58% em dezembro e fechou o ano de 2022 em 7,02%, 2º maior do país e acima do IPCA
Na Região Metropolitana de Salvador , o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com menores rendimentos (até 5 salários mínimos), também acelerou em dezembro, indo a 0,58% (frente a 0,21% em novembro), porém foi o 4º menor índice do país no mês, abaixo do nacional (0,69%).
A inflação para as famílias de mais baixa renda fechou o ano de 2022 em 7,02%, na RM Salvador, acima, portanto, da inflação em geral, medida pelo IPCA (6,29%).
O resultado na RMS no ano passado também foi mais alto do que o verificado no Brasil como um todo (5,93%) e o 2o mais elevado entre as 16 áreas pesquisadas, inferior apenas ao da RM São Paulo/SP (7,22%).