Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) articulam uma mobilização nacional com sindicatos e outros movimentos caso o habeas corpus preventivo pedido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja negado, nesta quarta-feira, 4, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional, a forma de mobilização vai depender do que for decidido e tende a ser mais radical se houver a prisão do petista.
As mobilizações podem começar logo após o julgamento. “Há uma tendência geral de se ter um ‘Abril Vermelho‘ ao quadrado, em caso de insucesso da defesa do Lula”, disse Rodrigues. “Abril Vermelho” foi o nome dado por João Pedro Stédile, líder maior do movimento, à jornada de trancamento de rodovias, invasões de fazendas e prédios públicos que acontece neste mês, quando a militância lembra o assassinato de 19 sem-terra pela polícia do Pará, em 1996, no episódio que ficou conhecido como o massacre de Eldorado dos Carajás.
De acordo com Rodrigues, não será uma mobilização exclusiva da militância. “Vamos ter o respaldo de quem vota no Lula, que continua liderando tudo o que é pesquisa. A luta de classes aberta em torno do Lula é uma oportunidade para as forças populares articularem a defesa da democracia com a luta social”, disse.
Rodrigues avalia que, se a decisão do STF for favorável ao ex-presidente, não haverá comemoração nas ruas. “Não vamos soltar foguetes, nem provocar. Nós estamos acreditando que a Suprema Corte terá o devido cuidado de dar a Lula o direito de recorrer em liberdade, que é uma coisa básica para a democracia. Mas se houver um resultado adverso, vamos às ruas lutar pela liberdade dele e pelo respeito à Constituição.