O presidente dos Estados Unidos (EUA), Barack Obama, termina o mandato com 53% de aprovação, segundo as últimas pesquisas divulgadas pela imprensa norte-americana. Para a opinião pública mundial, ele foi reconhecidamente um dos mais populares presidentes do país, entretanto, manteve uma média de 40% de reprovação. A Agência Brasil pesquisou, ouviu eleitores e elencou cinco temas que mais desagradaram a população com relação à administração Obama:
1. Estado Islâmico e Líbia
Para a maioria dos americanos, Obama não liderou de forma eficaz o esforço mundial para conter o crescimento do Estado Islâmico. Para a opinião pública e a imprensa, o erro do mandatário começou na intervenção militar na Líbia em 2011. O próprio Obama reconheceu, no ano passado, em entrevista à FOX News, que seu pior erro foi não ter acompanhado de maneira efetiva o conflito, após a queda do ditador Muammar kadafi. Depois que Kadafi deixou o poder, a Líbia entrou em colapso, milícias rivais entraram em disputa e isso fortaleceu o Estado Islâmico.
Em 2015, após o atentado de Paris, de acordo com a pesquisa Gallup, 64% da população do país afirmaram desaprovar a forma como Barack Obama lidou com as ameaças do Estado Islâmico. Para eles, Obama deveria ter respondido de forma mais agressiva, enviando tropas e aumentando a fiscalização interna no país para rastrear potenciais suspeitos. Do mesmo modo, a CNN mostrou que 68% da população disseram que o presidente deveria ter enviado tropas terrestres para combate na Síria.
Outro tema que deixou os americanos descontentes foi o acordo nuclear com o Irã, em julho de 2015. Uma pesquisa na época indicou que apenas três em cada dez cidadãos dos EUA concordaram com a assinatura do acordo, um dos assuntos mais reconhecidos mundialmente na administração Obama. Os estadounidenses expressaram temor de que o acordo possa fortalecer o Irã e que, no futuro, o país volte a ser uma ameaça aos Estados Unidos.
Obama teve muito trabalho com o Congresso para conseguir os votos necessários para aprovar esse acordo, porque grande parte dos republicanos era contra a suspensão de sanções econômicas ao Irã em troca de controle sobre o seu programa nuclear.
Na época, usuários das redes sociais opinaram que o Irã poderia tentar enganar os EUA e demais países que assinaram o acordo (Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia), prosseguindo com maneiras alternativas de projetar uma bomba nuclear, fora da supervisão.
3. Obamacare, impostos e economia
Considerado um dos maiores feitos da gestão Obama, o Obamacare – sistema de saúde criado para atender a pessoas de baixa renda, cuja lei foi extinta na semana passada, também é um dos programas mais criticados internamente. A população atribui, em parte, ao programa um aumento de impostos federais para subsidiá-lo. Mas há críticas também entre usuários, que afirmam que apesar de beneficiar 20 milhões de pessoas, o atendimento não é satisfatório.
A brasileira Lourdes Silva, naturalizada norte-americana, usou o Obamacare no início, por três anos, mas desistiu. Segundo ela, a rede de atendimento era limitada e tinha que pagar quase o mesmo valor que alguns planos de saúde. “Saúde nos Estados Unidos é muito cara, mas, na prática, o Obamacare ainda não era universal. As clínicas credenciadas eram poucas e quando eu precisava de algo mais complexo, tinha que buscar fora da cobertura”, comentou.
4. Migrações e deportações
Quando foi eleito para o primeiro mandato, Barack Obama prometeu, em seu famoso discurso da vitória, uma reforma migratória que pudesse resolver a situação de mais de 10 milhões de pessoas que vivem sem documentação no território norte-americano. Mas, nem no primeiro nem no segundo mandato ele conseguiu enviar ao Congresso um projeto de lei de migração.
5. Humor excessivo
O carisma, a eloquência e o bom humor de Barack Obama marcaram a passagem pela Casa Branca. Mas, para alguns, a sua participação em programas de auditório foi excessiva. O consultor Reboulet reconhece que isso fez com que ele conquistasse mais popularidade. “Todo mundo gosta dele. Ele tem todo o jeito de cara legal e é o primeiro afro-americano na presidência. O problema é que, em algumas situações, ele exagerava e, para muitos de nós, dizia coisas inapropriadas”.
Agência Brasil