Fazer um pé de meia para os filhos sempre foi uma prática de famílias que sonham com o futuro dos herdeiros e querem garantir que cursem uma faculdade, façam intercâmbio ou tenham uma casa própria. Por muito tempo, a poupança era a aplicação preferida para esta finalidade.
Hoje, com as numerosas opções no mercado financeiro e com os mais variados perfis de investidores dos pais, as aplicações são mais diversificadas.
Há pais que apostam em planos de previdência, em fundos de investimentos, renda fixa ou variável e na poupança.
Em comemoração ao Dia dos Pais, o R7 ouviu cinco papais que realizam aplicações mensais para os filhos. Confira!
Ana Francisca, de 5 anos, e Benjamin, de 2 anos, já possuem ações e títulos públicos federais, aplicados pelo pai, Marcelo Estrela, sócio da V Corp Capital.
Os resgates dos títulos e ações estão previstos para quando eles chegarem aos 20 anos, mas a intenção de Estrela é que a mesada deles, já na fase infantil mais adiantada, seja os dividendos dessas aplicações.
“Irei orientá-los a gastar conforme os rendimentos e também a reinvestir. Não pretendo dar carro ou bens, mas ensiná-los a poupar e investir dinheiro para conquistar o que desejam. E isso é possível se eles conhecerem o mercado financeiro”, diz.
Estrela diz que todos os meses investe R$ 200 para cada um. Como dica, ele diz que suas apostas são nos setores bancário, energia e telecomunicações.
Todos os meses, o engenheiro civil Anibal Sanchez deposita R$ 150 no plano de previdência privada dos filhos Gabriel, de 11 anos, e Isabel, de 7 anos.
“Comecei a investir quando o Gabriel tinha 4 anos, e ela acabado de nascer.”
O plano escolhido foi um fundo de fundos (FoF) de previdência.
“Escolhi previdência para aproveitar o tempo disponível pra fazer a aplicação crescer bastante, sem ter de dispor de muito dinheiro inicialmente, extraindo o benefício dos juros compostos.”
Sanchez ressalta que quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado no plano de previdência, mais os juros incidirão sobre os juros já acumulados.
A expectativa de Sanchez é fazer o pé de meia dos filhos para que eles continuem a poupar no futuro. “Quero conseguir passar para eles a importância da manutenção dessa aplicação.”
Elis Sanches Badari, 3 anos, tem um plano de previdência privada desde que nasceu.
Todos meses, seu pai, o advogado João Badari, deposita R$ 260 na conta dela.
Badari diz que o que motivou a escolha do investimento foi o fato de ainda não ser possível efetuar o recolhimento de contribuição para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Para ele, que é especialista em direito previdenciário, apesar de muitas pessoas reclamarem da previdência oficial, não há uma instituição mais sólida do que ela.
“Todos os meses o INSS paga todas as contribuições para os segurados regularmente: aposentadorias, pensões e benefícios por incapacidade dos brasileiros.”
O plano de Elis está previsto para ser pago até que ela complete 18 anos, período que entraria na faculdade, segundo o pai. “Nós pretendemos ir aumentando gradativamente o valor por mês”, diz.
Logo nos primeiros anos de vida de Manuela, hoje com 8 anos, seu pai, Renato Lemes, abriu uma poupança para ela.
“Desde então, todos os meses depositamos R$ 200 na conta dela. Às vezes sobra mais e aumentamos o aporte, mas é esta a média.”
Além da poupança, Manuela também tem um plano de previdência, segundo o pai.
Todos os meses ele deposita o mesmo valor em ambos os investimentos: R$ 200.
Lemos diz que queria estimular a filha a economizar, poupar e aprender a investir, além, é claro, de guardar dinheiro para o futuro.
A ideia é manter esses investimentos até os 18 anos. “Mas eu espero que ela guarde esse dinheiro até por mais tempo para ter uma garantia financeira no futuro.”
Desde os três meses de idade, Isabela Aponchik de Freitas, de 4 anos, conta com um aporte de 150 euros (R$ 6,413 na cotação de sexta-feira) na conta conjunta aberta pelos pais, o engenheiro Osmar Freitas e a médica Marta Aponchik, para realizar o investimento.
Por morarem na Alemanha, optaram pela aplicação Sparkonto (semelhante à poupança no Brasil).
Freitas conta que vários fatores o levaram a poupar para a filha:
· A intenção de que ela entenda como pode ser uma boa ideia guardar parte de seu dinheiro para investimentos próprios.
· Na Alemanha há um limite (isento de imposto) que qualquer pessoa física pode receber como doação.
· No futuro, se ela for fazer uso do montante para, por exemplo, comprar um carro próprio ou dar entrada ou adquirir um imóvel, ela terá de comprovar de onde veio o dinheiro.
Para Freitas, financiamento ou empréstimo às vezes são necessários, mas como todos sabem, é pagar para usar o dinheiro dos outros.
“Evidentemente, os pais esperam que os filhos façam valer o esforço, mas parte desse reconhecimento depende da própria educação dada para eles.”
A planejadora financeira Rejane Tamoto aprova a iniciativa dos pais.
“É um grande presente que o pai dá para o filho. Há diversas maneiras de investir pensando no futuro dos filhos, mas a mais importante é a formação deles do ponto de vista financeiro.”
Para ela, é importante transmitir, desde cedo, valores e condições para que o filho se torne protagonista da sua vida financeira no futuro.
Rejane ressalta que o fato de a educação financeira não ser uma disciplina que está em todas as escolas, é em casa que as crianças aprendem sobre dinheiro, observando a atitude dos pais.
Já que o pai é um espelho, o ideal é conduzir bem a própria vida financeira, para poder transmitir aos filhos.
Rejane destaca que é importante colocar um objetivo de valor, uma meta e um prazo nesse investimento.
E dá um exemplo:
Quero alcançar R$ 150 mil para pagar uma faculdade para o meu filho, daqui a 18 anos. O objetivo com o prazo ajudará a escolher aplicações mais vantajosas dentro desse intervalo de tempo.
Se fizer um investimento sem objetivo, corre o risco de resgatar antes para outra finalidade. E ao fazer isso, pode ver a rentabilidade prejudicada e ter que pagar mais impostos, dependendo da aplicação.
No planejamento, o valor a investir vai depender da soma que o pai quer atingir no futuro, segundo ela.
É importante que o valor a
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