Os líderes do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS) e Wadih Damous (RJ), denunciaram nesta segunda-feira (19) o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) ao MPF-DF (Ministério Público Federal do Distrito Federal) pelo crime de calúnia.
Os petistas pedem investigação do suposto crime cometido pelo parlamentar por ter divulgado informações falsas sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), executada na semana passada na capital fluminense.
Na sexta-feira (16), Fraga publicou em seu perfil no Twitter um comentário em que aponta a falsa relação entre Marielle e uma organização criminosa.
“Conheça o novo mito da esquerda, Marielle Franco. Engravidou aos 16 anos, ex-esposa de Marcinho VP, usuária de maconha, defensora da facção rival e eleita pelo Comando Vermelho, exonerou recentemente seis funcionários, mas quem a matou foi a PM”, escreveu o parlamentar, adotando tom irônico. A postagem foi removida de seu perfil no domingo (18) após protestos dos internautas.
Os deputados afirmam na petição que não houve um pedido formal de desculpas de Fraga e pedem que o parlamentar seja obrigado a se retratar.
“O discurso do ódio no Brasil tem não apenas ferido a honra e a dignidade de pessoas e grupos sociais como produzido dor, sofrimento e levado à morte. Embora não seja um fenômeno recente na história é perceptível, infelizmente, o seu crescimento, notadamente estimulado pelo uso de instrumentos de comunicação de massa como as redes sociais”, argumentam os petistas.
Paralelamente à ação dos líderes do PT, o PSOL prepara uma representação contra Fraga no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar.
Em entrevista ao R7, Fraga afirma que os dois partidos querem “politizar” o assassinato de Marielle “até demais”
— O PT, na mesma linha do PSOL, está politizando uma morte, querendo politizar o assunto até demais. Está no direito deles [entrar com as ações], podem o que achar que devem e eu vou me defender.
Fraga diz que não irá pedir desculpas pelas declarações que fez porque já retirou a publicação do ar, admitindo “precipitação”.
— O que tinha de fazer eu já fiz. Publicamente retirei o post e disse que houve precipitação, porque embora a fonte que me mandou [a notícia falsa] é idônea, tratava-se de uma pessoa pública, que não posso dizer o nome, com conhecimento da área policial, mas depois eu vi que a notícia era falsa e retirei o post. No meu entender, eu até reconheci a minha precipitação.
O pedido de punição a Fraga deve ser protocolado pelo PSOL na quarta-feira (21). Nesta terça-feira (20), a bancada psolista participa do ato ecumênico na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, alusivo ao sétimo dia da morte de Marielle.
R7