O teatro Alberto Martins, da Universidade do Estado da Bahia – UNEB foi palco do primeiro dia da Plenária Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e de Terreiros. Durante todo o dia desta quarta-feira (14), lideranças religiosas de todo o país estiveram reunidas, debatendo temas importantes para a comunidade religiosa. O evento contou com a presença da professora cubana Rosa Campoalegre.
O reitor da Uneb, José Bites, reitor da Uneb foi responsável em fazer a abertura da plenária e reforçou a importância de trazer um evento de tamanha grandeza e significação para um espaço público, como a instituição. “Congrego o meu sentimento de fé e alegria por estarem aqui”, destacou.
Durante a cerimônia de abertura, os líderes religiosos foram convidados ao palco para poderem saudar os presentes e recorçar a importância da união dos povos, o trabalho coletivo das religiões e matriz africana para que possam se fortalecer no enfrentamento do racismo religioso, que vem coagindo e atacando numa crescente muito grande, inclusive devido ao ouso de animais em rituais religiosos. O que incomoda não é a sacralização, e sim, a origem da minha religião.
A plenária, que é uma das atividades do Fórum Social Mundial, Além de fazer um levantamento da atual situação político-social dessas religiões no cenário brasileiro, os crimes de racismo religiosos também foram discutidos durante o encontro. Um dos pontos abordados foi a forte perseguição dos evangélicos, que resulta em uma sociedade ainda mais intolerante.
Por outro lado, a presença da professora cubana Rosa Campoalegre trouxe um pouco mais de esperança para nós brasileiros ao relatar que em muitas vezes, Cuba tem o Brasil como exemplo, principalmente na implantação de políticas afirmativas, que até então possui um déficit muito grande.
Discutir estratégias para agregar força ao movimento religioso, fomentar os temas debatidos na plenária para dentro e fora dos terreiros e a necessidade de escolher um representante político diretamente ligado às religiosidades de matriz africana são questões essenciais para um avanço, são ações cruciais, quando se trata em conquista de direitos.
“É necessário levar informação política para dentro e fora dos terreiros, para que os nosso povos não sejam massa de manobra de um Estado, que não nos respeita como cidadãos e religiosos. Também precisamos nos engajar em escolher políticos nossos, que vivenciem e se preocupem com as nossas causas”, pontua Saory Brito.