Ah! Salvador!
Pra onde se olha, praias
Pra onde se ouve, tambores
Pra onde se olfata, maresia
Pra onde se prova, dendê
Pra onde se sente, suor…
Percorri centro e cantos
Norte e sul
No oeste mora muita gente
No leste caímos no mar
Já conheci sua noite, seus dias
Apertado que nem sardinha
No coletivo
Olhando para todos os lados, desconfiado
Em suas ruas
Contando feito criança
Cada quebra-molas do caminho
Ah! Salvador da Bahia
Que saudades do trem do subúrbio
Do tempo em que o Paes Mendonça nos atendia bem
Das compras em São Joaquim
De pescar nas pedras do Monte Serrat
Dos babas intermináveis do Humaitá
Salvador que é só festa
Mas, ainda lembro, da Boa Viagem, as serestas
Me nego a trocar o nome Iguatemi
Ou de chamar de Maria Felipa a praça “Cairivis”
Ah! Salvador
Dos lendários Guarda Pelé, Mulher de Roxo, Irmã Dulce,
Jayme Figura, Floripes, Juvená, o Anão do Bahia
Tá tudo muito bonito, mas faltam as árvores
das Avenidas ACM e Paralela
e esse calor que nunca passa
e esse grave insuportável do pagodão/paredão
Toca Raul, por favor!
Mas, tem o Porto da Barra, Amaralina
Jardim de Alah, pra se brincar
Tem até as Gordinhas de Ondina
Em Itapuã, festa no mar
Mas prefiro a Terceira Ponte,
Já que em Plakaford, onde havia uma placa da Ford
tem mais gente que areia na praia da Ribeira
Ainda lembro do caldo de sururu do Maragogipe,
Maragogô para os mais íntimos
Da Beira Mar
Das águas calmas de Tubarão, São Tomé e Ilha de Maré
De me perder sem rumo em Cajazeiras e achar que vou parar
Em Feira de Santana
Mas, lá fora tá muito quente
Tempo, cabeças, pessoas. Não tá muito bacana
Ah! Salvador
Onde se recebia bem os turistas
Onde baiano era sinônimo de simpatia
Onde os cinemas de rua não eram igrejas ou supermercados
Mas, hoje é dia de saudar Salvador, que tem metrô, tem BRT,
Tem a sorveteria da Ribeira
Tem até “calabreso”, seja lá o que isso quer dizer.
(#chicossauro_rex )