Suíca critica o cancelamento do vestibular a comunidade, anunciado pelo presidente do Brasil
O vereador e vice-líder da oposição na Câmara de Vereadores de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), criticou o cancelamento do vestibular para LGBTQ+ em universidade federal, anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), nesta terça-feira (16). Lançado há apenas uma semana, o vestibular seria realizado pela Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
“Bolsonaro faz o que sabe melhor: retira direitos e persegue a comunidade LGBTQ+. O vestibular específico para trans, travestis, não binárias e intersexuais seria uma ferramenta importante e inédita no país para equilibrar o acesso ao ensino superior de uma população marginalizada historicamente, assim como os negros e os quilombolas”, salienta Suíca.
Antes do cancelamento, as inscrições iriam até o dia 24 de julho com 120 vagas em 15 cursos presenciais da instituição em três campis diferentes no Ceará. “Infelizmente essa posição do presidente mostra que o governo tem um caráter ideológico contra a população LGBTQ+, revela que está unido aos grupos conservadores e fundamentalistas. Eles tentam não reconhecer a cidadania da população gay e trans”, fala o vereador. Suíca completa que o motivo do governo cancelar esse processo onde a universidade tem poder interno para abrir um edital desse tipo é, no mínimo, transfobia.
Discriminação
Para Suíca, um vestibular específico reflete a omissão do estado soberano frente a determinadas comunidades. Ele diz que a população de travestis e transexuais, segundo dados de grupos LGBTQ+, é um dos grupos mais vitimados pela discriminação. “Não podemos aceitar que essas pessoas fiquem vulneráveis socialmente por conta desse governo que acaba com políticas públicas e direitos básicos, como o acesso à educação. Muitas delas não conseguem chegar a fazer um curso superior para tentar inserção no mercado de trabalho. Outro ponto que precisamos debater. Pois os que conseguem se formar não conseguem uma colocação”, finaliza.