Sabemos que todo cuidado é pouco quando falamos a respeito da saúde dos pequenos. No caso de doenças como o câncer infantil, que acomete uma a cada 600 crianças e adolescentes até 15 anos, as células embrionárias primitivas, em muitas das situações crescem e se multiplicam de forma mais rápida que nos adultos, como explica Cecília Lima da Costa, oncopediatra e diretora do Departamento de Oncologia Pediátrica do A.C.Camargo Cancer Center.
Cecília comenta que os tipos de câncer que mais atingem as crianças são muito diferentes dos que acometem os adultos. “As leucemias são os cânceres que mais atingem as crianças com a faixa etária entre 2 a 5 anos de idade. Em segundo lugar, os cânceres do sistema nervoso central e, em terceiro se dividem: os linfomas, que são cânceres do sistema linfático e os tumores sólidos abdominais (Tumor de Wilms e neuroblastoma). Completam a lista dos cânceres mais comuns em crianças os ósseos, os sarcomas de partes moles (sendo o Rabdomiossarcoma o mais frequente), de olho, os de células germinativas e os das glândulas supra-renais ou adrenais”.
O câncer infantil costuma ser difícil de reconhecer quando em seu estágio inicial, pois sua manifestação clínica confunde-se com grande parte das doenças comuns da infância. Além das consultas regulares ao pediatra, os pais devem estar atentos para o aparecimento de sinais e sintomas que não desaparecem. Vale lembrar que o estágio de crescimento e desenvolvimento dos tumores é outra diferença importante entre adultos e crianças, pois a imaturidade do organismo dos pequenos tem importantes consequências para o tratamento.
“As manifestações clínicas são facilmente confundidas com outras enfermidades típicas da fase infantil, ou seja, o que torna mais difícil reconhecer em seu estágio inicial. Portanto, além das consultas regulares ao pediatra, é importante estar atento ao surgimento e à constância de sinais e sintomas”, alerta.
Confira os principais sinais do câncer infantil
1. Surgimento de nódulos ou caroços;
2. Palidez e falta de energia inexplicáveis;
3. Aparecimento de hematomas sem motivo;
4. Sangramentos frequentes (por vias urinárias, nariz, ânus);
5. Dor localizada persistente;
6. Coxeadura (mancar) sem razão aparente;
7. Febres sem explicação;
8. Aumento de volume abdominal;
9. Dor abdominal prolongada;
10. Dores de cabeça frequentes, muitas vezes acompanhada por vômitos;
11. Mudanças nos olhos ou na visão;
12. Perda de peso rápida e excessiva;
13. Virilização em meninas ou puberdade precoce.
“Os tratamentos para o câncer infantil normalmente são: cirurgia, radioterapia e quimioterapia, assim como também podem ser combinadas duas ou mais terapias. Embora haja a necessidade da análise de caso a caso, a quimioterapia costuma responder bem… Lembrando que é importante realizar o tratamento da doença em centros médicos especializados, para atender às necessidades especiais tanto da criança quanto da família”, recomenda.
uol