A Petrobras registrou neste 3º trimestre de 2016, o terceiro maior prejuízo trimestral já registrado pela empresa, no valor de R$ 16,458 bilhões. As perdas foram impactadas pela reavaliação de ativos da companhia, como campos de produção de óleo e gás, equipamentos, parte das instalações da refinaria de Abreu e Lima e do complexo petroquímico de Suape. No 2º trimestre, a Petrobras tinha registrado lucro líquido de R$ 370 milhões, após uma sequência 3 trimestres de prejuízo. No mesmo período do ano passado, a empresa tinha registrado perda de R$ 3,759 bilhões.
A estatal reconheceu que seus ativos valem menos e lançou isso no seu balanço financeiro. “Esse resultado decorre, principalmente, do impairment de ativos (reavaliação de ativos) e de investimentos em coligadas no valor de R$ 15,709 bilhões”, informou a empresa em comunicado. De acordo com Mário Jorge, gerente Executivo da companhia, sem a reavaliação a Petrobrás “estaria reportando um lucro líquido de quase R$ 600 milhões”.
A empresa citou no balanço como fatores que influenciaram o resultado negativo a apreciação do real frente ao dólar, a variação do preço do petróleo e despesas maiores com o programa de demissão voluntária. Mário Jorge destacou que a companhia reduziu, em um ano, 10% no número de empregados. Há quase 12 mil inscritos no programa de demissão voluntária (PDV) e mais cortes serão feitos. “Em um ano reduziremos em mais 10% o número de empregados, o que conversa com o nosso plano de negócios”, disse o executivo.
Foi informado pela estatal por meio de comunicado, a realização em setembro de um “teste de impairment”, ou seja, uma reavaliação de ativos. O resultado foi impactado pela apreciação do real, revisão de conjuntos de premissas, como o preço do barril de petróleo e a taxa de câmbio de longo prazo, e o plano de investimento da empresa. Segundo o balanço, o endividamento líquido da companha caiu para R$ 325,56 bilhões, o que representa uma queda de 17% no ano – no final de 2015 estava em R$ 392 bilhões.
Em meio a Lava Jato e a queda dos preços internacionais do petróleo, o endividamento líquido da Petrobras passou de um patamar de R$ 100 bilhões no final de 2011 para R$ 332,39 bilhões no final de junho deste ano. Para melhorar as finanças, a estatal anunciou em setembro um corte de 25% nos investimentos previstos para os próximos 5 anos, além de um plano de venda de ativos.
O novo plano de negócios da Petrobras prevê arrecadar US$ 19,5 bilhões com a venda de ativos (os chamados desinvestimentos) e parcerias entre 2017 e 2018, além de US$ 15,1 bilhões projetados em vendas de ativos entre 2015-2016. A Petrobrás informou nesta quinta-feira que atingiu 65% da meta dos últimos dois anos, com US$ 9,8 bilhões em transações já assinadas.