O cenário econômico brasileiro exige cautela por parte da população. O país soma 13,7
milhões de desempregados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Paralelamente, a inflação segue pressionando o custo de vida, enquanto
o aumento dos juros torna o crédito mais caro.
Em momentos de crise como o atual, a palavra de ordem para os consumidores é
economizar. Para isso, é necessário analisar as despesas a fim de compreender quais são
essenciais e aquelas que são consideradas supérfluas.
De acordo com a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), as despesas
essenciais estão relacionadas à sobrevivência, como aluguel, alimentação, água e luz. Já
as supérfluas não são de primeira necessidade.
A educadora financeira Bia Santos, responsável pelo material educativo disponibilizado no
portal do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), explica que conhecer os
gastos e o próprio comportamento de consumo ajuda não só a equilibrar as finanças, mas
também, a planejar o futuro.
Como começar a poupar
Para poupar dinheiro, a orientação dos especialistas é economizar no que for possível com
as despesas essenciais. Isto é possível adotando práticas no dia a dia, como evitar luzes
acesas em cômodos vazios, aproveitar promoções no supermercado, diminuir o tempo no
chuveiro e priorizar os pagamentos à vista para pleitear descontos.
Com relação aos gastos supérfluos, a recomendação é cortá-los. Seis gastos podem ser
eliminados no momento de crise:
- Compras por impulso: aqui estão incluídos todos os tipos de itens que não são
necessários no momento, mas o consumidor decide adquirir por ímpeto, motivado por uma
publicidade, uma promoção ou outro fator. Podem ser roupas, acessórios, calçados,
perfumes, eletrodomésticos, dentre outros. - Viagens: os momentos de lazer são importantes, mas quando se quer economizar, o
ideal é adiar os planos de viagens. Isto porque esse tipo de passeio implica diferentes
gastos que podem sobrecarregar o orçamento. - Jogos: é um tipo de gasto supérfluo que pode ser cortado com mais facilidade, uma vez
que há opções gratuitas que não impactam o orçamento. - Alimentação fora de casa: nesta categoria estão incluídas não só as refeições feitas em
padarias, bares e restaurantes, mas também o delivery. A inflação dos alimentos tem
pressionado os preços praticados pelos estabelecimentos e, por isso, para economizar, é
aconselhável cozinhar a própria comida e se adaptar a levar marmitas e lanches para o
trabalho. - Bebidas alcoólicas e cigarro: este é um tipo de gasto que as pessoas não costumam se
atentar sobre o peso que possuem no orçamento, mas na hora de colocar as contas no
papel podem se assustar. - Festas e happy hour: no momento em que a vacinação contra a Covid-19 avança e
mais atividades começam a ser liberadas, é válido lembrar que as festas e a happy hour
também impactam no bolso. Portanto, quem quer economizar deve evitá-las.
Pagar dívidas e investir
Com o dinheiro economizado, é preciso analisar a situação financeira para saber a melhor
forma de utilizá-lo. Quem possui dívidas em aberto deve priorizar o pagamento, segundo a
Abefin. Quem está com as contas em dia pode começar a investir.
A orientação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais (Anbima) é conhecer as aplicações de renda variável e as opções em renda fixa
antes de definir onde e como investir.
A recomendação é que o primeiro tipo de investimento tenha o objetivo de criar uma reserva
de emergência que assegure maior tranquilidade diante de situações inesperadas.