Dois em cada dez consumidores inadimplentes no Brasil estão nesta situação por emprestar o nome. E em 68,3% dos casos quem pediu o cartão de crédito emprestado, o financiamento de um bem ou aquela folha de cheque que bateu sem fundo foi alguém da família, de acordo com uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O problema atinge aproximadamente sete milhões de consumidores. Mais da metade dos entrevistados (51%) afirmou que o principal motivo para emprestar o nome foi a tentativa de ajudar. Considerando os inadimplentes que emprestaram o nome e pagaram ao menos parte da dívida, 56% deles tiveram que fazer algo para conseguir limpar o nome, principalmente economizar e cortar alguns gastos (36%) e usar parte da reserva financeira (11%), sendo que a média da dívida corresponde a R$ 1.215.
E a falta de dinheiro é a principal justificativa de quem pega o empréstimo e não paga em 33% dos casos. Em 19% das situações, a pessoa desapareceu e não teve como ser cobrada. A relação pessoal é outro agravante: em 69% dos casos, as relações ficam abaladas. Mesmo com os transtornos causados com o empréstimo de nomes para terceiros, 24% dos entrevistados voltaram a emprestar em outra oportunidade, principalmente para evitar mágoas (11%).