Allan Carter – Colaborador
Abertura das Olimpíada de Tóquio foi marcadas pela falta de público, com exceção de poucas autoridades, credenciados, entre outros. A Pandemia de Covid19 foi lembrada diversas vezes, assim como a preservação do meio ambiente e a mistura de tecnologia com a tradição japonesa. Superação e inclusão foram os grandes temas do evento. Dividida em quatro partes, com duração padrão mais enxuta em participação, tanto artística, quanto no desfile das delegações.
A cerimônia de abertura começou pontualmente às 8H relembrando, em vídeo, a escolha de Tokyo como sede em 2013, assim como as olimpíadas de Londres em 2012 e Rio 2016, até a comemoração do ano novo de 2020 e na sequência as ruas desertas devido a pandemia e os atletas treinando em sua casa até a contagem regressiva finalizada com uma linda queima de fogos.
No centro do estádio, atletas aparecem isolados exercitando-se em equipamentos e treinando sem contato. Distantes mas não sozinhos, tema da primeira apresentação artística em homenagem aos atletas. Com muitos efeitos especiais e coreografias que remetiam a novas formas de conexão devido ao isolamento causado pela pandemia.
Na sequência o Imperador do Japão, Naruhito, e o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, são apresentados. No centro do estádio a bandeira do Japão entra carregada por crianças, atletas, profissionais da saúde e deficientes físicos, todos utilizando máscaras.
O hino nacional Japonês foi executado, enquanto a bandeira do sol nascente, a bandeira do Japão era erguida em um palco que remetia ao Monte Fuji com o sol em cima. Na segunda performance um momento de lembrança das pessoas que morreram vítimas da covid19, com a música “silêncio na floresta”, e o pedido de um minuto de silêncio encerrando o ato.
A madeira se torna presente no centro do estádio, com vários elementos destacando a cultura japonesa. Remetendo ao passado japonês, com a música “a unidade do ritmo”. Ainda no mesmo segmento as lanternas de papel, símbolo japonês, entram em cena. A formação dos anéis olímpicos feitos de madeira reflorestadas traziam à tona a importância da preservação da natureza.
O segmento seguinte se chamou “aqui juntos” com uma orquestra conduzida por uma criança e um vídeo dos atletas de diversos países, de diversas olimpíadas, se preparando para uma competição, dando abertura para o início do desfile das delegações nacionais, começando tradicionalmente pela Grécia e sendo encerrada pela França, que sediará a próxima olimpíada, seguida pelo Japão fechando o desfile.
Devido a pandemia muitas delegações optaram por não desfilar com a delegação completa, apenas o mínimo exigido pelo Comitê Olímpico, ou um pouco mais, causando polêmica em alguns países que selecionaram os atletas que desfilaram, excluindo outros. O desfile das delegações seguiu o alfabeto japonês. Todos usaram máscara e mantiveram distanciamento ao som de músicas de videogames japoneses.
O Brasil fez seu desfile com a delegação reduzida para conservar os atletas devido a pandemia. Com camisas verdes coloridas e de chinelos, Ketleyn Quadros do Judô e Bruninho do Vôlei foram o casal de porta-bandeiras.
Unidos na diversidade, na inclusão deu continuidade ao espetáculo. Com 1.824 drones iluminando o céu de Tokyo formando o globo terrestre ao som de Imagine de John Lennon e Yoko Ono, cantado por um coral de crianças e cantores globais como Alejandro Sanz, John Legend e Keith Urban.
Após discursos de autoridades, a bandeira olímpica entrou carregada por representantes de cada um dos continentes, vestidos de branco, novamente em referência a covid19 e a igualdade e inclusão. A bandeira passou pelas mãos de médicos que combatem a pandemia e depois pelas forças de defesa do Japão. Estendida, ao lado da bandeira japonesa ao som do hino olímpico.
Como tradição, a Pomba da paz foi lançada mas em formato de projeção, já que é proibido o uso de animais. O evento também relembrou a criação dos pictogramas para as olimpíadas de tokyo em 1964, que passou a se torna uma tradição olímpica, desde então cada cidade sede criou seus pictogramas e os de Tokyo 2020 foram apresentados por pessoas em coreografias no estádio. Ao todo são 50 pictogramas representando as 50 modalidades olímpicas.
O humor também teve lugar na cerimônia, através de uma curta esquete, foi iluminado os principais pontos turísticos de Tokyo, assim como as arenas olímpicas. A chama olímpica, que ficou um ano guardada, fez seu revezamento pelo Japão até chegar ao estádio carregada por um casal de atletas japoneses, sendo passada a três atletas idosos e posteriormente a um médico e uma enfermeira, outra referência ao combate à pandemia. Uma quarta atleta paraolímpica recebeu a chama, trazendo novamente a inclusão e passando a chama a seis crianças japonesas, tendo a pira acendida pela tenista Naomi Osaka.
Essa é a segunda Olimpíada realizada em Tokyo, a primeira, em 1964, marcou o regresso do Japão ao cenário mundial após a segunda guerra mundial e as duas bombas atômicas. O jovem Yoshinori Sakai, de 19 anos, nascido em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945 , o mesmo dia em que a bomba atômica foi detonada sobre a cidade, foi escolhido para acender a pira olímpica em uma homenagem às vítimas do holocausto nuclear e um apelo à paz mundial.
Foto AFP