A vacinação contra febre amarela em Alagoinhas, localizada a 120 km de Salvador, imunizou 10 mil pessoas em dois dias, na terça-feira (7) e quarta-feira (8), de acordo com a Secretaria da Saúde do município. A cidade teve filas em locais de vacinação, após serem registrados casos do tipo silvestre da doença em macacos. A secretaria ainda não tem dados da imunização nesta quinta-feira (9).
A imunização é distribuída em 30 postos, três deles móveis localizados em praças da cidade, além de policlínicas e núcleo regional de saúde.
No próximo sábado (11) e domingo (12), das 8h30 às 16h30, haverá mutirão de vacinação, em um estádio da cidade, para atender as pessoas que trabalham durante a semana e não podem comparecer aos postos. “Pela demanda, a gente esperava [concluir a vacinação] em três meses. Mas como a população está recebendo o chamado de forma adequada, em 45 dias a gente acaba”, disse o secretário Rodrigo Matos.
Macacos monitorados, vacinação reforçada e combate ao mosquito Aedes Aegypti são algumas das ações que estão sendo realizadas em Alagoinhas. O anúncio foi feito pelo secretário estadual da saúde, Fábio Vilas-Boas nesta terça-feira (7), durante uma visita ao município.
A recomendação é de que toda população urbana de Alagoinhas e Araçás seja vacinada.
Idosos com mais de 60 anos, gestantes, pessoas doentes e quem já foi vacinado não pode ser imunizado.
Conforme a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), ações preventivas no combate ao vírus da febre amarela na região também já começaram a ser realizadas. Entre elas estão a utilização de inseticidas para a redução do número de mosquitos nas áreas urbanas e rurais, sobretudo o aedes aegypti.
A febre amarela é uma doença infecciosa grave. Gera sintomas como febre alta, cansaço, dores de cabeça e muscular, náuseas, vômito, olhos e pele amarelados e pode causar a morte. A transmissão é feita por mosquitos nas áreas urbanas e rurais.
Caso em macacos
Macacos conhecidos como mico foram encontrados mortos em uma fazenda, no povoado de Calu, zona rural de Alagoinhas. Os proprietários alimentavam os bichos e perceberam que eles estavam morrendo, acharam estranho e resolveram acionar a Vigilância Epidemiológica.
Os agentes coletaram amostras dos macacos para testes em 30 de janeiro. Duas análises foram feitas e ambas confirmaram a febre amarela. Apesar da situação, a Sesab informa que a situação está sob controle. Ainda de acordo com a Sesab, duas outras notificações em macacos no estado aguardam análise das amostras encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas (IEC), laboratório de referência do Ministério da Saúde.
Casos na Bahia
O número de casos suspeitos de febre amarela na Bahia em 2017 subiu para 16, segundo o último boletim divulgado pela Sesab, no dia 2 de março.
Os casos foram registrados, até o dia 1º de março, em oito municípios: Feira de Santana (1 caso), Itiúba (1) Coribe (4), Teixeira de Freitas (3), Itamaraju (2), Mucuri (1), Nova Viçosa (1) e Ilhéus (1). Outros dois casos suspeitos, segundo a Sesab, são de dois moradores do estado de Alagoas que podem ter contraído a doença durante passagem pela da Chapada Diamantina. Segundo o órgão, os moradores visitaram várias cidades da região e não é possível dizer em qual delas teriam supostamente contraído a doença. Os casos ainda não foram confirmados e estão sob investigação.
Do número total de casos suspeitos, sete foram descartados laboratorialmente (4 em Coribe, 1 em Mucuri e 2 de Teixeira de Freitas). O restante permanece em investigação.
Em janeiro, a Sesab recomendou vacinação contra febre amarela em 45 cidades baianas, após o surto febre amarela em Minas Gerais, estado que faz divisa com a o estado. [Confira AQUI a lista de municípios].
A Sesab destaca que a recomendação não é uma campanha de imunização, por isso não foram infomadas data de início ou limite para que as pessoas possam se vacinar. De acordo com o órgão, as doses já estão disponíveis nos municípios e a vacinação faz parte do calendário da secretaria.
Salvador
Em Salvador, ainda não há casos notificados e para ter acesso à vacina contra a febre amarela na capital é necessário apresentar um comprovante de viagem para uma das regiões identificadas como áreas de risco da doença.
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a decisão tem como objetivo diminuir a procura de pessoas que não correspondem ao público alvo do calendário de vacinação, que é formado por crianças e viajantes em risco.
Além do comprovante da viagem, quem procurar os postos de Salvador para se vacinar precisa apresentar o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), caderneta de vacinação e identidade com foto. Crianças não precisam comprovar viagem, pois fazem parte do público alvo do calendário, e não terão restrição.
G1