O depoimento faz parte da ação penal que investiga Bendine por supostamente solicitar propinas milionárias à construtora.
Segundo Odebrecht, Bendine sinalizou um primeiro pedido de propina, no valor de R$ 17 milhões, ainda quando era presidente do Banco do Brasil. O valor correspondia a 1% da renegociação de uma dívida que a empresa tinha com o banco no valor de R$ 1,7 bilhão.
Os pedidos eram feitos sempre por meio do publicitário André Gustavo Vieira, apontado como operador de Bendine, e do executivo da Odebrecht Fernando Reis.
— Eu não dei muita bola para esse achaque. Orientei o Fernando a negar.
O dono da construtora diz que não tratava diretamente com o ex-presidente da Petrobras, já que os acertos eram feitos sempre entre Fernando e André, que tinham uma “relação antiga”.
— Eu já conhecia o Bendine, tive inúmeras reuniões com ele, mas eu não costumava dar espaço para esse tipo de abordagem.
O empresário conta ainda que, após Bendine assumir a presidência da Petrobras, em fevereiro de 2015, as coisas mudaram.
— Quando ele entrou como presidente da Petrobras, a partir daí ele mesmo forçou a barra para que tudo [propina] viesse…
O ex-presidente da Odebrecht relata três reuniões em que Bendine, André Gustavo e Fernando Vieira estiveram presentes.
— Claramente, o Bendine não queria ter reuniões oficiais comigo. […] Os temas que eu tratei eram legítimos. A questão era que por trás desses temas todos nós sabíamos que existia um pedido por trás. E a maneira como essas reuniões tiveram que ser marcadas.
O R7 ainda não obteve posicionamento da defesa de Aldemir Bendine sobre as afirmações de Odebrecht
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