Zé Ramalho e Marcelo Nova são o que restou do rock brasileiro. Zé é regional, eu sei, mas rock é postura. Rock é questionamento. Rock é rebeldia. Rock é resistência. Nova é apenas o último anarquista. Lembro da Tia Rita Lee, hoje uma velhinha reclusa. Ela é rock, do tipo pedra, mesmo. O que se propõe de rock no Brasil, tem a essência do rock dos discos de Xuxa. Consumo, postura ensaiada. O rock errou. Os samplers e a coisa eletrônica afundaram de vez a proposta de Chuck Berry.
O rap herdou a poesia, mas sem a magia, sem a rebeldia. Apenas alguns cortes de cabelo estranhos, gestos e sinais feitos com os dedos, além da incrível necessidade de mostrar a cueca. O rock é alma. Vai além de uma batida repetida de um bate-estaca. Vai além de hits, ou de rimar amor com dor; saudade com vontade; paixão com tesão. O rock brasileiro estacionou entre os anos 80 e 90.
Hoje ouvi muitas pessoas repetirem: “É dia de rock, bebê!” e acharem que rock é apenas balada. “Let’s rock, baby, Yeah!”. É comportamento, estrada. Sou fã de Renato Russo, mas aquele do Legião Urbana, e o The Beatles foi a coisa mais incrível que habitou musicalmente o planeta. Pouco entendo de música. Continuo fã de Zé Ramalho!
+++
#chicossauro_rex
digasalvador@gmail.com