O corpo do homem morto após sofrer uma descarga elétrica na Ladeira do Paiva, no bairro da Caixa D’Água, em Salvador, na manhã desta quarta-feira (3), levou mais de seis horas para ser removido da via. O caso aconteceu por volta das 5h30 e a vítima só foi retirada do local às 11h40.
O nome completo do homem ainda não foi divulgado, ele foi identificado apenas como Jorge. Segundo moradores, a vítima trabalhava como pedreiro, morava na região e caminhava pela ladeira todos os dias.
O corpo de Jorge foi levado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde será periciado e liberado para o sepultamento. Ainda não há detalhes sobre o enterro.
Conforme relataram os moradores, choveu e ventou muito na região durante a madrugada. Por causa disso, galhos de árvores que ficam dentro do Colégio Estadual Anísio Teixeira, localizado na mesma ladeira, caíram e atingiram a fiação elétrica.
Por causa da queda, os fios se romperam no momento em que Jorge passava pelo local. Ele foi atingido por um cabo de alta tensão e sofreu a descarga elétrica.
Segundo informações da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) no local, ele recebeu uma descarga de mais de 11 mil volts – uma potência quase 100 vezes maior que a tensão da rede elétrica de uma casa, que costuma ser de 127 volts.
Durante o início da manhã, dois veículos da Coelba, que passavam pelo bairro para manutenção em outras áreas, pararam para ver o que acontecia e pediram ajuda à companhia. No entanto, a equipe responsável pelo desligamento da rede só chegou no local duas horas depois.
Toda a rede de energia da região precisou ser desligada e, por isso, as aulas no Anísio Teixeira foram suspensas nesta quarta. Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – responsável por constatar o óbito – foram acionadas.
“A abertura da ocorrência para a gente foi um pouco mais tarde, não foi na hora do incidente. Quem acionou a gente foi o COE, que é o Centro de Operações Especiais”, explicou o enfermeiro do Samu, Romeu Viana.
Um comerciante da região falou que a má situação dos postes é antiga, e que a Coelba já havia sido acionada para resolver problemas na Ladeira do Paiva.
“As peças dos postes estão todos podres. Já entrei em contato cinco vezes com a Coelba, sobre a manutenção da fiação em frente à minha empresa. Os fios estão todos descidos, arriados, já se chocaram várias vezes com o vento. Todo inverno é preocupante porque os fios se tocam, dá um curto, a gente chama a Coelba e a Coelba não vem, não resolve”, disse Jackson Cardoso.
G1