Com praias cristalinas, um sol radiante e um clima extraordinário, a cidade costeira reabriu suas praias, hotéis e restaurantes em julho deste ano aos turistas, depois de ficar na zona laranja dos indicadores da pandemia de coronavírus no país.
“Hoje começamos esta fase de reabertura, mas de forma moderada. As pessoas terão a oportunidade de visitar as praias, mas com respeito. Temos que nos adaptar à nova realidade que estamos vivenciando”, disse o secretário municipal de Turismo, José Luis Basilio, à EFE.
Acapulco ocupa o primeiro lugar no número de casos e mortes por covid-19 no estado de Guerrero, no sul, com 3.228 infecções confirmadas e 495 mortes, dos 5.638 casos e 914 mortes em todo o estado, segundo o relatório mais recente.
O Secretário de Estado da Saúde, Carlos de la Peña Pintos, anunciou que a ocupação hospitalar do porto diminuiu 7 pontos percentuais, com 44% dos leitos ocupados por infectados por coronavírus.
Apesar de as praias douradas serem uma das principais atrações turísticas do porto por suas águas quentes, elas agora têm um horário de acesso de 12 horas, das 7h às 19h, horário local.
Além do fato de terem sido adicionadas regras para a entrada de banhistas, máscaras são obrigatórias. Somente atividades individuais, como caminhar, correr ou nadar, são permitidas e reuniões só podem ter no máximo três pessoas, mantendo distância.
Por esse motivo, móveis de praia, consumo de alimentos e bebidas foram proibidos por enquanto.
O Conselho de Coordenação Empresarial de Guerrero (CCE) informou que, somente entre abril e início de maio, foram perdidos 60 mil empregos no estado devido à emergência sanitária, dos quais 10 mil eram vagas formais.
Embora a esperança esteja começando a respirar em Acapulco, voltar a ser o destino turístico do passado é algo distante.
“Mais de 480 empresas não poderão abrir suas portas novamente devido a problemas econômicos que a pandemia deixou para as micro e médias empresas”, anunciou o presidente da Federação Estadual das Câmaras de Comércio no estado de Guerrero, Alejandro Martinez Sidney.
Para os empresários da cidade, não bastava reabrir o setor hoteleiro para reativar a economia local, pois consideram que boa parte da receita total provém da vida noturna.
“Bares e discotecas representam 40% da receita de Acapulco”, enfatizou Martinez Sidney, lamentando que ainda não haja uma data para a reabertura de bares, discotecas e centros de entretenimento, entre outros.
Somente na temporada de férias de inverno de 2019-2020, mais de meio milhão de turistas visitaram o porto de Acapulco, o que gerou uma renda de 2,765 milhões de pesos (cerca de 123 milhões de dólares).
“Já temos reservas para amanhã. Vamos esperar pouco a pouco para subir o preço”, disse o gerente do Hotel Elcano, Pedro Haces, que incentivou os turistas a ficarem dentro do hotel e seguirem os regulamentos estabelecidos.
Mas nem todos gostaram da nova normalidade com a qual Acapulco os receberá, e turistas se queixaram das regras a serem seguidas para permanecer nas praias.
“Como vou estar com uma máscara no mar, é ilógico e não consigo passar minha comida”, disse um turista às forças de segurança que estão nos principais acessos às praias para garantir que as regras sejam seguidas.
Enquanto para outros, é um privilégio poder voltar ao “paraíso”.
“É muito quente usar máscaras na praia, mas é o preço que você deve pagar. É isso ou estar trancado em sua casa”, disse Laura, que, junto com o marido e os dois filhos, queria se aventurar na cidade.
Acapulco acordou em seu primeiro dia de reabertura com 1,5% de ocupação em hotéis e espera-se que, em 6 de julho, as atividades informais de vendas na praia sejam reativadas sob a regulamentação e controle das autoridades.
R7