Na véspera do Dia das Crianças (12.10), que é um dos principais grupos de atenção quando o assunto é saúde ocular, Dra. Ilara Gerra, oftalmologista do Hospital de Olhos Villas, empresa do Grupo Opty, faz alerta sobre as principais dúvidas dos pais em relação à saúde ocular dos pequenos, assim como a importância da prevenção.
“Crianças com dificuldades visuais podem ter prejuízo do rendimento escolar e muitas vezes queixas de cefaleia, dispersão e personalidade introvertida, no caso dos míopes. Já os hipermétropes podem apresentar pouca disposição para a leitura, se não tratados. Tudo isso mostra que o cuidado com a saúde ocular vai além da visão, mas influencia o comportamento das crianças”, afirma a oftalmologista.
O alerta para a prevenção e cuidados oculares se torna ainda mais importante, quando se estima, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que mais da metade das causas da cegueira infantil no Brasil poderiam ser evitadas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o número de crianças cegas no mundo é de cerca de 1.4 milhão.
Desde o princípio
Ao nascer, a criança enxerga muito pouco e a visão vai se desenvolvendo no decorrer dos anos. Cerca de 90% do desenvolvimento visual ocorre até os dois anos de vida. Acredita-se que atinja todo seu potencial por volta dos cinco ou seis anos de idade. Mas os cuidados para evitar que as crianças tenham doenças oftalmológicas devem se iniciar antes do nascimento. “O acompanhamento pré-natal é muito importante, pois pode evitar o comprometimento da visão do bebê que irá nascer. Algumas doenças como rubéola, toxoplasmose e sífilis podem causar cegueira e problemas neurológicos na criança. Além disso, a suplementação do ácido fólico das mulheres que desejam engravidar e das gestantes é fundamental para a formação do sistema nervoso do bebê, do qual os olhos fazem parte”, explica Ilara Guerra.
De acordo com a médica do Instituto de Olhos Villas, o bebê deve ser avaliado nos primeiros 30 dias de vida por oftalmologistas e nos primeiros dois anos, a cada seis meses. Os bebês são avaliados logo no nascimento, por meio do teste do reflexo vermelho no berçário, que, quando normal, mostra integridade do eixo visual (córnea, cristalino, vítreo e retina). De acordo com o CBO, 30% das crianças nessa fase, entre 7 e 14 anos, apresentam problemas de refração que comprometem o empenho diário. Em todas as avaliações, deve-se avaliar o alinhamento ocular, a presença de erros de refração (grau dos olhos) e a presença de ambliopia (olho preguiçoso).
Os principais sintomas que levam a criança ao consultório do oftalmologista são: cefaleia, olhos vermelhos, coceira, lacrimejamento e sensibilidade com claridade. “Crianças com problemas visuais nem sempre demonstram essa dificuldade, mas aquelas que se aproximam muito da TV, do livro ou da lousa ou que apresentam desinteresse pela leitura ou com frequência se apresentam dispersos podem levantar a suspeita”, diz a médica. De acordo com ela, os pais também podem suspeitar de problemas visuais por meio de fotos, que devem mostrar o reflexo vermelho na área da pupila dos filhos. Observar também se existe diferença na posição das pálpebras, se a pupila se apresenta branca ou se está fora do centro do olho, motivos que sugerem uma ida ao oftalmologista.
Mais comum
Os erros refracionais, embora não sejam considerados uma doença, estão presentes em quase 22% das crianças até 9 anos. A miopia gera uma dificuldade de enxergar para longe, com dificuldade de ver a lousa ou a TV, podendo apresentar dores de cabeça pelo movimento de “cerrar os olhos” para ver melhor. Os hipermétropes e astigmatas podem se queixar no ato da leitura. O tratamento é realizado com a prescrição de óculos. Bebês que apresentem erros de refração acima dos limites para sua idade já podem utilizar óculos.
“A armação de silicone é uma das mais utilizadas, por ser mais flexível e fácil de ajustar. As armações devem ser de aro fechado e é importante que os óculos tenham apoio nasal”, diz a oftalmologista. Para facilitar esse momento, escolher uma armação colorida e atrativa para criança é muito importante. “Para as que já demonstram preferências, o ideal é permitir que elas mesmas possam escolher a cor. Mas, antes disso, é necessário que os óculos fiquem confortável no rostinho. Normalmente a criança aceita e se adapta bem ao uso dos óculos”, conta.
Já as lentes de contato podem ser utilizadas, sob supervisão médica, em alguns casos de afacia (ausência de cristalino e lente intraocular), após cirurgia de catarata congênita, ou em casos de anisometropia (diferença grande de grau entre os olhos), para evitar o desconforto causado pela correção com os óculos.
Além de conjuntivites, uveítes e neurites, o estrabismo é outra doença que pode atrapalhar o desenvolvimento normal da visão, principalmente se o tratamento for tardio. O olho que desvia pode ficar preguiçoso e a criança não desenvolver a visão em 3D. Na suspeita de desvios oculares, a avaliação oftalmológica deve ser imediata, para que se realize o tratamento o mais breve possível, o que, muitas vezes, envolve óculos, tampão e/ou cirurgia.
Dicas para o dia a dia – A criança está suscetível a acidentes domésticos, seja com objetos perfurocortantes ou queimaduras por produtos químicos, devendo os pais tomarem as precauções para que esses acidentes sejam evitados. Cuidados redobrados também são essenciais na prática de esporte e atividades ao ar livre. A oftalmologista Ilara Guerra destaca cinco principais cuidados:
- Em ambiente com crianças, não deixe fácil acesso a objetos pontiagudos e produtos químicos de limpeza;
- Fique atento para sinais (olhos vermelhos) e sintomas (dor ocular, dor de cabeça, coceira, lacrimejamento) que podem estar relacionados a dificuldade visual;
- Controle o uso de eletrônicos, já que a exposição à luz azul pode causar danos aos olhos e levar à alta miopia, conforme apontam recentes estudos, além dos olhos ficarem secos;
- Não permitir que a criança coce os olhos (risco maior de desenvolver ceratocone);
- Mantenha as consultas de rotina com o oftalmologista em dia.
Sobre o Opty
O Grupo Opty nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos oftalmologistas apoiados pelo Pátria Investimentos, que deu origem a um negócio pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. O grupo aplica um novo modelo de gestão associativa que permite ampliar o poder de negociação, o ganho em escala e o acesso às tecnologias de alto custo, preservando a prática da oftalmologia humanizada e oferecendo tratamentos e serviços de última geração em diferentes regiões do País. No formato, o médico mantém sua participação nas decisões estratégicas, mantendo o foco no exercício da medicina.
Atualmente, o Grupo Opty é o maior grupo de oftalmologia da América Latina, agregando 14 empresas oftalmológicas, 1500 colaboradores e mais de 450 médicos oftalmologistas. O Instituto de Olhos Freitas (BA), o DayHORC (BA), o Instituto de Olhos Villas (BA), a Oftalmoclin (BA), o Hospital Oftalmológico de Brasília (DF), o Hospital de Olhos INOB (DF), o Hospital de Olhos do Gama (DF), o Centro Oftalmológico Dr. Vis (DF), o Hospital de Olhos Santa Luzia (AL), o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC), o Centro Oftalmológico Jaraguá do Sul (SC), a Clínica Visão (SC), o HCLOE (SP) e a Visclin Oftalmologia (SP) fazem parte dos associados, resultando em 30 unidades de atendimento. Visite www.opty.com.br.