Em 28 de setembro é celebrado o Dia Mundial Contra a Raiva. Transmitida de animais para o homem, a doença infecciosa, embora quase erradicada no Brasil atualmente, ainda preocupa por possuir taxa de letalidade muito alta – que chega a aproximadamente 100% em humanos, segundo informações do Ministério da Saúde. A zoonose é causada pelo vírus Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, e acomete o sistema nervoso central dos mamíferos, após contato com a saliva de animais silvestres, como morcegos, gambás e macacos, que contaminam cachorros, gatos e humanos de forma acidental.
Segundo a coordenadora da Unime Lauro de Freitas, Aline Quintela, as chances de contaminação se dão principalmente por meio de mordedura, mas também podem acontecer em caso de arranhadura, lambedura ou contato da saliva do animal doente com uma ferida. “Pessoas e animais expostos à saliva de morcegos, cães, gatos ou raposas devem ficar em observação, pois, se apresentarem os sinais, o diagnóstico é mais preciso”, alerta.
A veterinária explica que o tempo entre a infecção e o aparecimento da doença varia muito, com o vírus podendo permanecer em incubação no organismo de um a três meses, dependendo da localização, extensão e profundidade do contato. “Os sinais de contaminação são: dor na garganta, baba em excesso, convulsão, dor no local da mordida, febre, tremores musculares, agitação e fotofobia (sensibilidade à luz). Após o aparecimento dos sintomas, o período de evolução do quadro clínico, em geral, é de dois a sete dias”, complementa.
Em caso de exposição ou mordida em seres humanos, Aline Quintela orienta que a ferida deve ser limpa com água e sabão, antes de qualquer outra medida. Em seguida, deve-se procurar atendimento médico imediato para tomar a vacina, que está disponível tanto no sistema público como em clínicas particulares.
A maneira mais eficaz de prevenir a doença em animais é a vacina antirrábica, que deve ser aplicada uma vez por ano. “É necessário que os animais de estimação recebam as imunizações adequadas e passem por consultas de rotina no veterinário. Além disso, também é recomendado manter cães e gatos dentro de casa, sem acesso livre às ruas, e evitar a entrada de morcegos e outros animais silvestres em casas e propriedades rurais”, orienta a docente.
“Animais como cães, gatos, furões, equinos, bovinos, caprinos e demais espécies destinadas à produção devem ser vacinados. Mas os cuidados também devem se estender aos humanos que trabalham em locais de risco – clínicas veterinárias, por exemplo -, que também devem receber a vacina”, finaliza.