Aos 24 anos, Paula Normanda dos Anjos Vicente descobriu que possuía miomas, uma proliferação excessiva de células do útero, geralmente benignos. “Eram tumores grandes que descobri através de uma ultrassonografia pélvica. No começo eram assintomáticos, mas foi evoluindo e deixou minha menstruação mais longa, com mais dias de sangramento”, explica a bióloga, que passou a fazer parte de uma estatística com números elevados de casos. Cerca de 70% das mulheres em idade fértil no Brasil possuem miomas, e, deste total, cerca de 30% necessitam de tratamento cirúrgico.
No caso de Paula, os miomas não comprometeram sua fertilidade, porém, a indicação médica ainda é fazer uma histerectomia, que é a retirada do útero. “Diante desse diagnóstico eu busquei o melhor tratamento para que pudesse engravidar logo, antes da retirada do útero. E consegui”, comemora ela que, aos 37 anos, realizou uma embolização de miomas e alguns meses depois conseguiu engravidar. “Provavelmente ter feito a embolização foi minha única oportunidade de ser mãe. Tenho uma bebezinha recém-nascida e saudável”, revela.
Técnica menos invasiva
O médico angiologista e cirurgião vascular Bruno Canguçu realiza a técnica de embolização dos tumores e explica o procedimento. “A Embolização consiste em restringir a circulação sanguínea do mioma. A técnica é eficiente e possui excelentes resultados. Qualquer mulher portadora de mioma pode ser candidata a embolização, porém existem algumas indicações específicas”, explica o cirurgião do NACE – Núcleo de Angiologia e Cirurgia Endovascular da Bahia.
Bruno Canguçu destaca que alguns sintomas justificam a busca por este procedimento. “Pacientes que apresentam sangramentos intensos, dor abdominal, micção frequente e até dificuldade para engravidar devem buscar esse tratamento para os nódulos”, revela. A embolização dos miomas uterinos é uma terapia minimamente invasiva guiada por imagem, que melhora o padrão de cuidados e qualidade de vida de muitas mulheres. “O procedimento pode evitar a retirada do útero e oferece um período de recuperação mais curto do que as opções cirúrgicas convencionais”, confirma Canguçu.