Em comemoração aos dois anos de seu mandato, o presidente Michel Temer, convocou ministros e autoridades para uma cerimônia intitulada “Maio/2016-Maio/2018: o Brasil voltou”, no Palácio do Planalto nesta terça-feira (15). O propósito é fazer um balanço dos dois anos do atual governo.
De acordo com o Blog de Andrea Sadi, o convite distribuído pelo cerimonial da Presidência continha o slogan “O Brasil voltou, 20 anos em 2”, bordão inspirado no ex-presidente Juscelino Kubitschek, responsável pela construção de Brasília, que apresentou na década de 1950 o lema “50 anos em 5”.
Na presidência desde 12 de maio de 2016, e reeleito a vice-presidente da República em 2014, Temer assumiu a Presidência efetivamente em 31 de agosto de 2016, após ter o impeachment de Dilma Rousseff aprovado pelo Senado.
Durante os dois anos de mandato, Temer liderou um governo que ostenta a queda da inflação e a redução da taxa de juros, mas que tenta lidar com o aumento no número de desempregados e com os altos índices de rejeição.
Hoje, o governo do presidente Michel Temer é alvo de denúncias da Procuradoria Geral da República (PGR), está envolvido em crises políticas e no foco de investigações criminais (leia detalhes mais abaixo).
A cerimônia desta terça está prevista para as 15h, no Salão Nobre do Palácio do Planalto. O espaço é utilizado pelo presidente da República nas recepções de chefes de Estado e nas posses de ministros.
Todos os 29 ministros do atual governo estarão representados na reunião. Além da equipe da Esplanada, foram convidados líderes do governo no Congresso Nacional, presidentes de estatais e ex-ministros.
Ainda será distribuída uma cartilha intitulada “Avançamos – 2 anos de vitórias na vida de cada brasileiro”.
Na economia, o governo badala a queda da inflação e da taxa básica de juros (Selic). Mas, nesses dois anos, o dólar aumentou, o número de desempregados aumentou e o salário mínimo ficou abaixo a inflação.
Números da economia nos dois anos de governo Temer:
Índice Quando Temer assumiu:
Taxa de juros (Selic): 14,25% ao ano
Inflação/12 meses: 9,32%
Taxa de desemprego: 11,2% (11,4 milhões)
Empregos formais: 38,9 milhões
Dólar: R$ 3,47
Bovespa: 48.471 pontos
Dado mais recente:
Taxa de juros (Selic): 6,50% ao ano
Inflação/12 meses: 2,76%
Taxa de desemprego: 13,1% (13,7 milhões)
Empregos formais: 38 milhões
Dólar: R$ 3,62
Bovespa: 85.232 pontos
Fonte: BC, IBGE, Caged, Valor Pro, B3
Em pesquisa a aprovação do presidente, de acordo com o Datafolha, está em 6%, tendo 70% rejeição ao governo Temer.
Temer se destaca por seus discursos a sanção das novas leis do ensino médio e trabalhista. No entanto, nesses dois anos à frente do Planalto, Temer enfrentou uma série de polêmicas causadas por denúncias, delações, prisões de assessores mais próximos e investigações da Polícia Federal.
No ano de 2017, após as delações da JBS, o presidente foi denunciado duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da República (PGR). Os crimes: corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça.
Porém, o STF só poderia analisar as denúncias se a Câmara autorizasse. Nos dois casos, a maioria dos deputados votou contra o prosseguimento dos processos e, com isso, as acusações contra Temer só poderão ser analisadas após ele deixar o Planalto.
Hoje, Temer é alvo de dois inquéritos que tramitam no STF. Com base nas delações de executivos da JBS e da Obderecht, o presidente passou a ser investigado por suposto recebimento de propina na edição do decreto dos portos e em contratos da Secretaria de Aviação Civil.
O presidente nega qualquer tipo de envolvimento com irregularidades. Afirma ser vítima de uma “campanha oposicionista” para enfraquecer o governo, acrescentando que é alvo de “vazamentos irresponsáveis” de dados relacionados às investigações sobre ele. Temer ainda afirma não ter medo de ser preso ao deixar o cargo, e acrescenta que isso seria uma “indignidade”.