O Transporte Público em Salvador foi apontado, em votação feita no G1, como o tema mais pedido pela população para uma série de reportagens especiais sobre as Eleições 2020, na TV Bahia.
A superlotação dos ônibus e a demora para pegar o transporte nas estações de transbordo e nos pontos de parada estão entre as principais reclamações da população. Na Estação da Lapa, a maior da capital baiana, 102 mil pessoas circulam todos os dias.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Salvador, uma em cada cinco pessoas que trabalham fora de casa leva, no mínimo, uma hora do dia se deslocando para o trabalho. É o terceiro maior percentual entre as capitais do Brasil (22,02%), atrás apenas de São Paulo (31,03%) e Rio de Janeiro (25,34%).
Pesquisa do IBGE sobre tempo de deslocamento para o trabalho — Foto: Reprodução / TV Bahi
Com a pandemia do novo coronavírus, a situação piorou, porque menos ônibus passaram a circular na cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), atualmente, Salvador tem 80% da frota em operação, cerca de 1.770 ônibus. No total, são 2.200 veículos que rodam na capital e períodos sem restrições como as impostas na pandemia.
A redução da frota começou no final de março. Cerca de 650 mil passageiros disputam, todos os dias, espaços nos ônibus cheios.
Elmo Lopes Felzemburg, especialista em planejamento de transporte urbano, afirma que a cidade tem dependência dos ônibus.
“Salvador tem três milhões de pessoas e não tem uma rede expressa, grande, tem uma linha de metrô, mas não uma rede, e aí depende muito dos ônibus, inclusive o metrô, para funcionar, depende dos ônibus”, disse Elmo Lopes Felzemburg.
Felzemburg detalha como o sistema de transporte público pode ser melhor. “É preciso ter uma rede de transportes rápidos para o usuário chegar rápido, e que o usuário ande poucos metros para chegar na estação e não sempre pegar dois ônibus pra chegar ao destino final”, contou o especialista.
Confira as respostas dos nove candidatos a prefeitos de Salvador:
Bacelar (Podemos)
“Falta ainda a integração do transporte por ônibus ao sistema de transporte complementar, o que vai facilitar a saída das pessoas dos bairros”.
Bruno Reis (DEM)
“Vamos avançar na renovação da frota com ar-condicionado, além de concluir as obras do BRT, da Lapa até a região do Iguatemi-Pituba. Vamos também implantar o serviço rápido de ônibus, BRS, diminuir o tempo de viagem e de espera nos pontos”.
Celsinho Cotrim (PROS)
“Em Salvador, tanto é difícil ser passageiro, quanto pedestre. Estamos no século 21, mas parece que paramos no século passado. O meu desafio como prefeito da nossa cidade é tornar mais fácil o acesso da população aos modais do subúrbio, miolo e orlas de nossa cidade”.
Cezar Leite (PRTB)
“Falar de mobilidade também é falar de economia. O ponto principal é o desenvolvimento econômico de bairros populares para que a população local pegue menos transporte coletivo. Vamos criar a via náutica para o povo do subúrbio sair do subúrbio até o comércio via marítima, reduzindo a superlotação dos ônibus”.
Hilton Coelho (PSOL)
“Ônibus sem superlotação, obras que respeitem o meio ambiente, alterações de linhas só conversando com você, no seu bairro. Vamos fazer uma conferência que integre todas as formas de mobilidade e aprove a modernização do trem do subúrbio, religando Salvador com a região metropolitana, do sertão e do recôncavo baiano”.
Major Denice (PT)
“Na minha gestão, nós teremos ônibus com ar-condicionado pertinho de vocês, para levar aonde você estiver. Tudo isso integrado ao metrô e com bilhete único. Em breve teremos o VLT e eu, enquanto prefeita, vou levar o VLT de Paripe até a nova rodoviária”.
Olívia Santana (PC do B)
“Chega de olhar o transporte público como coisa de pobre, que não merece qualidade, e de fazer a população de Salvador pagar caro por um transporte que não chega até o seu bairro ou que não obedece ao horário, nem lotação. Ao lado do Ministério Público, com a participação dos empresários, vamos inverter essa situação”.
Pastor Sargento Isidório (Avante)
“Melhorar o transporte em Salvador é necessário, atendendo recomendações do Ministério Público. Voltar a rodar 100% da frota, implementando o transporte alternativo, uma medida de caráter emergencial, pois é inaceitável vermos ‘latas de sardinhas’ nos horários de picos da cidade, durante uma pandemia”.
Rodrigo Pereira (PCO)
“É necessário municipalizar, estatizar, com conselhos populares, onde os trabalhadores decidam sobre os rumos, decidam qual vai ser o valor da tarifa, qual vai ser o tipo de ônibus, quantas linhas vai ter, quantos ônibus vai ter circulando pela cidade, em cada bairro”.
G1