Familiares e vizinhos de Luciene Silva dos Santos, morta a tiros na frente do filho, em um ponto de ônibus no bairro da Federação, em Salvador, desmentiram boatos de que ela foi assassinada por um ex-marido, nesta segunda-feira (6).
O crime aconteceu na noite de sábado (4) e o corpo da vítima foi sepultado no domingo (5), em Ituberá, cidade em que Luciene nasceu, no baixo sul baiano.
Segundo o cunhado da vítima, ela não tinha um ex-companheiro e casou apenas uma vez – com o pai do filho dela, com quem ainda tinha um relacionamento, antes de ser assassinada. Ele esteve no local do crime junto com a família, na noite de sábado, e desmaiar, ao encontrar a esposa morta.
“O pessoal está sem noção das coisas que está falando. Estão relatando uma coisa que não existe. Ela era casada e não foi o marido que matou, nem que mandou matar. O pessoal está alegando que ela era rifeira, sendo que ela era técnica de enfermagem, trabalhava em uma clínica”, detalhou o cunhado, que não quis ser identificado, sobre outro boato que também surgiu com relação à profissão da vítima.
“Não foi ex-relacionamento dela que mandou matar. Primeiro que ela não tinha nem ex-marido”, destacou ele.
Luciene foi atingida por três disparos, um deles na cabeça. Com a situação, os suspeitos do assalto nem chegaram a levar o celular da vítima.
“Eles passaram de moto e viram ela com o celular na mão. Eles fizeram a volta, pararam a moto no triângulo e desceram. No que desceram, pediram o celular. No que ela foi dar, eles dispararam contra ela. E o celular nem chegou a ser levado”, contou o cunhado dela.
Uma vizinha de Luciene, a idosa Rita da Paixão, falou sobre a relação que tinha com a vítima, e como ela era uma pessoa querida.
“Ela era pessoa excelente. Eu tinha ela como uma filha, estou doente por causa disso. Tem duas noites que eu não consigo dormir. Ela chegou aqui em Salvador, engravidou aqui, teve o neném dela aqui, João Victor tem 7 anos. É como um neto meu. Ela saía para trabalhar e quem toma conta sou eu”.
O cunhado também falou que, no momento em que sofreu a tentativa de assalto, Luciene e o filho estavam indo para uma festa infantil.
“Luciene era uma pessoa do bem, tranquila, alegre, carismática, gostava das coisas corretas. Era brincalhona demais. Ela foi vítima de um [a tentativa de] latrocínio. Ela estava indo pegar o uber, para ir para a festa de aniversário de uma criança, com o filho dela”.
Crime
No momento em que foi baleada, Luciene estava no ponto de ônibus do Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, com o filho. Os dois esperavam um transporte por aplicativo, por isso ela estava com o celular na mão.
Ela foi baleada enquanto tentava entregar o aparelho a um dos suspeitos. A dupla criminosa acabou fugindo do local sem levar o celular. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi chamado para atender a vítima.
Após mais de uma hora de socorro no local, Luciene não resistiu aos ferimento e morreu. O filho dela foi levado para a casa de um tia. Após o crime, muitos moradores do Alto das Pombas se reuniram nas proximidades do ponto de ônibus sob clima de revolta.
G1