Por Camila Silva
Um homem foi acusado e denunciado por suposto sequestro de mulheres em Salvador. O suspeito, fingindo ser um motorista do serviço de transporte Uber, aceitava solicitações de corrida e, após a entrada da vítima em seu veículo, anunciava o sequestro. Pelo menos quatro mulheres foram vítimas do suposto sequestrador, sendo que umas delas reportou o incidente à 16ª Delegacia na Pituba, em Salvador.
A mulher relatou que solicitou uma corrida por meio do aplicativo e, pouco tempo após entrar no veículo, o suspeito teria anunciado um assalto, exibindo uma arma. Ele a teria forçado a realizar transferências via Pix para diversas contas diferentes, totalizando um montante que poderia ultrapassar R$10 mil, de acordo com o depoimento da vítima.
Durante o trajeto, ela recebeu ameaça de morte até o momento em que ele decidiu encerrar o sequestro, após cerca de 40 minutos, e a deixou na BR-324, sem celular.
Algumas mulheres relatam o medo das viagens feitas através de carros solicitados por aplicativo: “Fico bastante insegura. Não tenho medo só do sequestro em si, mas de muitas outras coisas. Já cansei de receber “cantadas” durante viagens e isso me deixa super insegura”, relatou a estudante de direito, Andreia Marques, 25.
Uma outra entrevistada, Juliana Duarte, 44 anos, contou um fato que ocorreu recentemente: “Solicitei uma corrida por aplicativo, era por volta de umas 19h30, em Lauro de Freitas, quando o motorista começou a desviar o caminho entrando por algumas ruas mais escuras, alegando que o GPS estava mandando ele seguir por ali. Fui ficando com medo, mas me mantive firme e como conheço toda a localidade, pedi para ele seguir por outras vias. Ainda no carro, liguei para o meu marido e já compartilhei a minha rota com alguns familiares pelo Whatsapp. Felizmente, não aconteceu nada e cheguei bem ao meu destino, mas tem situações que acontecem com nós, mulheres, que são muito preocupantes. Eu acho que deveria existir outras medidas, outros meios para prevenir situações como essas”, expôs a comerciante.
Já a estudante Gabriella Santos, 20 anos, explicou os meios que ela utiliza para se sentir mais segura durante as viagens: “Toda vez que preciso ir a algum lugar através de um carro solicitado por aplicativo, compartilho minha viagem com meus familiares, minhas amigas e sempre entro no carro conversando com alguém no telefone e comentando a cor do carro, placa, nome do motorista. A segurança pública já é escassa e sendo mulher, o medo redobra. Eu espero que outras medidas sejam tomadas para nos assegurar e combater esses acontecimentos”, declarou.
Em nota para o site Ibahia, a Uber se pronunciou sobre o caso afirmando que a empresa está à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações, além de afirmar que a conta do suspeito foi temporariamente desativada após conhecimento do ocorrido.
A empresa ainda assegurou que busca “por meio da tecnologia, fazer da sua plataforma a mais segura possível, de uma forma escalável” e destacou as ferramentas de segurança que existem no aplicativo para as viagens.
Por fim, a Uber disse que “todos os parceiros cadastrados passam por uma checagem de apontamentos criminais realizada por uma empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos para cadastramento na plataforma, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o país”, além de “checagens periódicas dos motoristas já aprovados, pelo menos uma vez a cada 12 meses”.