Culminou em espetáculo a formação de 100 jovens do município de Lauro de Freitas, nos cursos de teatro, dança, figurino e produção de moda do projeto Núcleo de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas, realizado pela Associação Cultural Tupã, com apoio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). A mostra final dos concluintes aconteceu no último sábado, 15, com apresentação de teatro de rua na praça da cidade, além de uma peça teatral e apresentação de dança no Cine Teatro de Lauro de Freitas, com a presença dos familiares e da população local.
A conquista dos jovens foi fruto do edital publicado em 2015 para atender às diretrizes do Plano Juventude Viva, realizado por meio da Coordenação Estadual de Políticas para a Juventude (Cojuve). Segundo o coordenador, Jabes Soares, “iniciativas como essa possibilitam o contato dos jovens com o mundo das artes, promovendo o resgate da autoestima o protagonismo do jovem na comunidade. O projeto realizado pela Associação Cultural Tupã demonstra que existem outros caminhos quando o poder público explora o potencial da juventude”, disse.
Para os jovens atores Alberto Paim, 18 anos, e Suelen Santos, 19 anos, ambos moradores do bairro de Itinga, a conclusão do curso foi o incentivo para que eles criassem um grupo de teatro de rua, intitulado Novos Ereotás, para continuarem a expressar as artes cênicas. “É gratificante trabalhar com o teatro de rua porque temos a possibilidade de interação, de olhar e sentir a reação do público. A troca desses sentidos é muito importante para o artista”, comentou Alberto.
De acordo com a coordenadora geral do projeto de arte e educação, Eliete Teles, a turma, formada por estudantes da rede pública de ensino, iniciou o curso em novembro de 2015. “Além da formação específica nas artes cênicas, o projeto do Núcleo de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas proporcionou, com um acompanhamento multidisciplinar, vários debates com os jovens sobre assuntos relacionados à cidadania”.
Plano Juventude Viva
O Plano Juventude Viva é uma iniciativa do Governo Federal que reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros em situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia para os jovens entre 15 e 29 anos. O plano prioriza 142 municípios brasileiros, distribuídos em 26 estados e no Distrito Federal, que em 2010 concentravam 70% dos homicídios contra jovens negros.
As ações visam à ampliação dos direitos da juventude, a desconstrução da cultura de violência, a transformação de territórios atingidos por altos índices de homicídios e o enfrentamento ao racismo institucional, com sensibilização de agentes públicos para o problema. O propósito é fomentar, também, oportunidades de inclusão social e autonomia; da oferta de equipamentos, serviços públicos e espaços de convivência em territórios que concentram altos índices de homicídio; e do aprimoramento da atuação do Estado por meio da sensibilização de agentes públicos para o problema.