A taxa de juros do cartão de crédito voltou a subir em setembro e atingiu o índice de 463,03% ao ano, segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Esta é a maior alta desde 1995. De acordo com o presidente do Sindicato de Lojistas da Bahia, Paulo Motta, as altas taxas levaram a uma redução de 30% no uso do cartão de crédito no comércio do estado.
“Dois terços da venda do varejo é no cartão de crédito, é a nossa confiança de liquidez. No instante que esse consumidor fica afastado em função da inadimplência, nós perdemos esse consumidor”, explicou Motta
Na loja de Rogério Horlle, em Salvador, as vendas no cartão de crédito já representaram 80%, mas agora caíram pela metade.
“O consumidor, com certo receio de ser punido com esse juros altíssimos do rotativo de cartões, optou e migrou para o cartão de débito, mas eu acredito que o ano está virando, a economia está retomando e a confiança dos consumidores vai aumentar no Natal”, relatou Horlle.
A alta dos juros também complica a situação de quem não paga o valor total da fatura. Os economistas garantem que o cartão de crédito pode ajudar nas compras, mas para evitar dívidas e pagamento de juros altos são necessários planejamento e organização.
“Você pode planejar todas as suas compras e fazê-las no cartão. Isso é muito positivo desde que você saiba que no final do período, quando chegar a fatura, você vai ter condições de paga-la integralmente. Se você não pagar, os juros são de 15% a 18%, que vai corroer muito seu orçamento”, explicou o economista Edísio Freire.
G1