As prisões dos dois policiais militares suspeitos de matar o espanhol Márcio Perez foram revogadas pela juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto, na quarta-feira (28).
Márcio Perez Santana, de 42 anos, foi morto a tiros depois de uma perseguição no bairro do Costa Azul, na capital baiana, em setembro do ano passado. Na ocasião, uma mulher seguia com a vítima, no carona do carro.
Os policiais Maurício Correia dos Santos e Saulo Reis Queiroz foram acusados pelo Ministério Público do Estado (MP-BA) por homicídio duplamente qualificado, além de tentativa de homicídio contra Renata Alves, a mulher que estava no carro. Eles tiveram a prisão preventiva decretada no final do ano passado e, desde o dia 20 de dezembro, estavam no Complexo Penitenciário da Mata Escura.
O promotor de Justiça que acompanha o caso, Luciano Assis, disse não concordar com a decisão da juíza e informou que o MP-BA já recorreu da decisão. “Discordamos totalmente da decisão da juíza, tanto que já tem recurso buscando a reversão da decisão. O recurso, inclusive, já está no processo”, informou o promotor.
Sobre a revogação da prisão, a Justiça considerou que a fase de instrução criminal, quando todas as partes são interrogadas pelo juiz, está chegando ao fim. As testemunhas da defesa e os acusados serão ouvidos em audiência nesta quinta-feira (30), onde serão apresentadas as alegações finais pelas partes.
Agora, os PMs terão de comparecer a cada três meses em cartório para justificar as atividades. Se descumprirem a medida, a soltura pode ser revogada. A equipe de reportagem tentou, mas não conseguiu contato com o advogado dos policiais.
Caso
Márcio foi morto a tiros no dia 19 de setembro de 2018, quando chegava na casa dele, acompanhado de Renata Alves. O empresário ainda tentou escapar dos disparos efetuados pelos policiais ao continuar dirigindo, mas foi perseguido e atingido na nuca, quando passava pela rua Simon Bolívar, quase em frente ao antigo Centro de Convenções.
O carro capotou e bateu em uma árvore. O veículo acabou em cima de um canteiro, ficou com várias marcas de perfuração por arma de fogo, inclusive na região do encosto da cabeça, no assento do motorista.
Na ocasião, os militares relataram apenas que as vítimas tinham sofrido um acidente de trânsito. Somente depois, os médicos descobriram que Márcio havia sido baleado.
O corpo de Márcio foi velado em Salvador e levado à cidade de Ponte Caldelas, na província de Pontevedra, na Espanha, onde ele nasceu, para ser sepultado. A cerimônia ocorreu no dia 25 de setembro.
Os policiais envolvidos na ação alegaram em depoimento que estariam perseguindo criminosos e acabaram se deparando com o carro de Márcio, que tinha as mesmas características do veículo dos bandidos.
Os policiais pertenciam à companhia de Cosme de Farias, mas o advogado de defesa disse que no dia, eles estavam prestando serviço na região do Imbuí.
G1