O ex-CEO da Odebretch no Peru, Jorge Simões Barata, mais alto executivo da empresa no país, revelou em delação premiada a rota que o dinheiro de suborno supostamente pago ao ex-presidente peruano Alejandro Toledo. Barata entregou ao Ministério Público recibos de transferência que comprovariam os depósitos efetuados a favor de Toledo.
Segundo ele, as transferências foram feitas desde o Trend Bank Ltd. no Brasil, na conta da empresa Trail Bridge Ltd, no Citibank de Londres, que por sua vez transferiu o dinheiro a diversas contas da Merhav MNF, em Israel, de propriedade do empresário peruano-israelita e amigo de Toledo, Josef Maiman.
A Trail Bridge é uma das 175 mil empresas com sede nas Bahamas que teve informações vazadas para o jornal alemão Süddeutsche Zeitung no evento que ficou conhecido como Bahamas Leaks.
A terceira transferência é efetuada a favor da empresa Confiado Internacional, estabelecida no Panamá, numa conta do LGT Bank, na Suíça, também de Josef Maiman. O valor do deposito foi de US$ 17.527.000,00.
Por último, a Confiado Internacional se utilizou de outras duas empresas, a Milan Ecotech Consulting e a Ecostate Consulting SA, ambas de Josef Maiman, para enviar US$ 10.024.120 para a Ecoteva Consulting Group, empresa que, segundo autoridades peruanas, foi criada pela sogra de Toledo em Costa Rica.
É da conta da Ecoteva que saiu o dinheiro para pagar duas hipotecas em nome do ex-presidente nos luxuosos bairros de Camacho e Punta Sal. Também foi desta conta que saio o dinheiro destinado a aquisição de outros dois imóveis, a mansão do bairro Las Casuarinas e o escritório num prédio de alto padrão no edifício Omega.
Nesta semana, o Ministério Público do Peru pediu a prisão preventiva do ex-presidente. O pedido segue em análise.
R7