Depois de uma reunião com o Papa Francisco para discutir abusos sexuais na Igreja Católica, 34 bispos chilenos renunciaram nesta sexta-feira (19).
A decisão veio depois de três dias de conversas a portas fechadas. Os 34 bispos chilenos discutiram com o Papa Francisco as acusações de que a Igreja Católica no Chile agiu para encobrir os abusos sexuais cometidos por padres. Nesta sexta-feira (18), anunciaram a decisão de colocar os cargos à disposição do Papa.
O monsenhor Juan Inácio Gonzalez elogiou a coragem das vítimas ao contar a verdade apesar de ataques da própria igreja. “Acima de tudo, queremos pedir perdão pela dor causada às vítimas, ao Papa, ao povo de Deus e ao país por nossos graves erros e omissões”, disse ele.
Em janeiro, durante a visita ao Chile, o Papa defendeu com veemência o bispo Juan Barros, que faz parte do grupo. Vítimas acusavam o bispo de acobertar os abusos cometidos por outro padre, Fernando Kadima, condenado em 2011 pelo Vaticano. Mais tarde, o Papa admitiu que havia agido apressadamente e pediu uma investigação.
Na reunião desta semana, o Papa apresentou aos bispos chilenos um relatório que acusa de negligência a alta hierarquia da igreja no Chile. O documento acusa os bispos de destruírem provas e de não proteger as crianças de padres pedófilos.
O Vaticano ainda não respondeu se o Papa vai aceitar a renúncia coletiva. Uma das vítimas ouvidas por Francisco disse que a decisão desta sexta vai mudar as coisas para sempre
G1