A PF (Polícia Federal) investiga uma transação feita pelo empresário e advogado Luís Felipe Belmonte, principal operador político do Aliança pelo Brasil, e o publicitário Sérgio Lima, marqueteiro do partido que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenta criar.
A investigação se dá no inquérito dos atos antidemocráticos, que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal), com relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O depoimento de Belmonte ocorreu em 20 de outubro de 2020.
Na ocasião, Belmonte confirmou transferências que somam R$ 805 mil para S8 Sampa e HH Cosmético e Perfumes (atual Inclutech Tecnologia da Informação), empresas de Lima. O empresário justificou a transação como pagamento de serviços prestados por Lima como criação de site e administração de redes sociais.
Belmonte confirmou, também, que foi convidado por Lima para integrar o quadro societário da empresa S8 Sampa. Ele disse que aceitou a proposta, mas que recusou a cláusula que estabelecia a possibilidade de conversão do empréstimo em participação na empresa. Os contratos referentes ao ato são em torno de R$ 1,5 milhão e o advogado disse não se lembrar da forma de transferência dos valores.
Procurado pela reportagem, Belmonte confirmou a contratação da empresa de Lima, com “repasses em razão do contrato, para administração de redes, sites e etc, em abril de 2019”. O advogado argumenta que não há nenhuma relação com o partido Aliança pelo Brasil, idealizado em outubro do mesmo ano.
“A operação com o Sérgio foi de natureza privada, particular e comercial, registrado em contrato e declarada à Receita Federal, regularmente”, disse. Belmonte acrescentou que não há nenhuma investigação apontando sonegação fiscal ou lavagem de dinheiro. Por fim, afirmou que é contra qualquer ato contra a democracia ou instituições democráticas. “A única coisa que é falado no inquérito é que eu apoio movimentos em favor do presidente.”
Em junho, a Polícia Federal cumpriu 21 mandados de busca e apreensão para o inquérito que investiga os atos antidemocráticos. Dentre os alvos, estão Belmonte e Lima.
Os mandados foram expedidos pelo ministro Moraes a pedido da PGR. Houve cumprimento de mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina e no Distrito Federal.
R7