Iniciativa voltada a preservar o animal é realizada pela Concessionária Litoral Norte com o Instituto Tamanduá e a prefeitura de Mata de São João
Após fase de implantação inicial na Reserva Sapiranga, o Projeto Bicho Preguiça foi oficialmente lançado no Litoral Norte neste último final de semana. No sábado (14), aconteceu o evento para convidados no Projeto Tamar em Praia do Forte e, no domingo (15), o lançamento foi voltado para a comunidade da Sapiranga, com uma feijoada para os participantes. Esse é o primeiro projeto de monitoramento realizado na região voltado a preservação da preguiça-de-coleira, animal ameaçado de extinção.
A iniciativa, realizada pelo Instituto Tamanduá em parceria com a Concessionária Litoral Norte (CLN), uma empresa do grupo Invepar, irá monitorar o comportamento do animal e construir um corredor ecológico no seu habitat.
“O projeto irá levantar as áreas de ocorrência e entender as principais ameaças que acometem a preguiça-de-coleira, visto que das seis espécies existentes no mundo, duas estão ameaçadas de extinção e a preguiça-de-coleira está entre elas. Esta espécie tem muita ocorrência na rodovia BA-099, assim, iremos integrar um conjunto de ações de pesquisa e educação ambiental que resultará em subsídios para criação de um plano de ação para a conservação da espécie”, declara a analista de meio ambiente da CLN, Brisa Cruz.
O projeto
As atividades acontecem na Reserva Ecológica Sapiranga, onde será construído um corredor ecológico formado pelas espécies de plantas prioritárias presentes na dieta da preguiça-de-coleira. As mudas do reflorestamento serão fornecidas pela CLN juntamente com a prefeitura de Mata de São João, que são parceiras em todas as etapas do projeto.
A próxima etapa consiste no trabalho de campo, que acontece de 9 a 18 de março. “Iremos capturar as preguiças para instalação dos colares para monitoramento via satélite, o que vai gerar informações sobre a localização e aspectos comportamentais dos bichos. Paralelo a isso, já estamos coletando amostras de pelos dos animais relocados para analisar toda a estrutura genética e de saúde desses animais”, explica o biólogo Fábio Lima.
Ele integra a equipe de especialistas nacionais e internacionais que participam do projeto, que também tem compromisso com o desenvolvimento social da região. “Queremos realizar um curso de formação de condutores ecológicos, ao mesmo tempo que estamos formalizando uma parceria com a UNEB para a implantação da Universidade para Todos na região. O objetivo é fomentar a entrada dos jovens nas universidades públicas e consequentemente incentivar a formação de novos pesquisadores”, declara a gestora e educadora ambiental do Instituto Tamanduá, Érica Deiró.
O monitoramento feito por meio do Projeto Preguiça de Coleira será também essencial para construir um corredor ecológico, onde serão plantadas as espécies de plantas prioritárias presentes na dieta da preguiça-de-coleira. “No futuro queremos trabalhar com o reflorestamento, junto com a CLN, reflorestando toda essa área de Mata Atlântica”, relata a veterinária e diretora do Instituto Tamanduá, Flávia Miranda.