A Receita Federal e o FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria) realizam nesta terça-feira (12), uma megaoperação para destruir 320 toneladas de cigarros contrabandeados, quantidade equivalente a 225 milhões de unidades.
Oito carretas – com aproximadamente 15 metros cada uma, carregadas com 130 toneladas de cigarro ilegal -, partirão de Bauru para Foz do Iguaçu, município que responde pela grande maioria dos cigarros contrabandeados que chegam ao Brasil, para serem eliminadas.
Além do FNCP e da Receita Federal, a iniciativa é apoiada pela empresa Irmãos Krefta, que realizará a destruição da carga, e pela Polícia Rodoviária Federal que fará a escolta de toda a operação. Esta é uma das maiores forças-tarefas já realizadas para a locomoção e destruição desse tipo de produto
A operação tem como objetivo liberar espaço físico nos depósitos de produtos contrabandeados de São Paulo, para possibilitar a continuidade e, especialmente, a intensificação das ações policiais de apreensão e combate ao contrabandeado.
“O crime organizado tem no cigarro uma de suas principais fontes de financiamento, por isso o produto é tão contrabandeado para o Brasil e lidera as apreensões que fazemos. Com essa força-tarefa para destruir esses cigarros, cerca de 56 milhões de reais deixam de financiar o tráfico de drogas e armas, e uma série de crimes violentos contra a população”, afirma Luiz Carlos Anezio, delegado da Receita Federal de Bauru.
Para Edson Vismona, presidente do FNCP, que é uma associação civil, sem fins lucrativos, com foco exclusivo no combate à ilegalidade, afirma que a destruição dos cigarros ilegais também é uma questão de segurança. “Essa cooperação com a Receita Federal é muito importante, pois reduz significativamente os riscos de invasão dos depósitos, bem como a possibilidade destas mercadorias retornarem para o mercado ilegal,” afirma Vismona.
Segundo levantamento do Ibope, mais de 63,4 bilhões de cigarros ilegais inundam as cidades brasileiras. O número equivale a 57% do mercado de cigarros, sendo que 49% destes são fruto do contrabando principalmente do Paraguai. Isso se dá visque que no país o imposto sobre o produto é de 18%, um dos menores no mundo conforme dados da OMS (Organização Mundial de Saúde).
As carretas encarregadas do transporte trarão estampadas em suas laterais mensagens sobre o impacto do contrabando no Brasil, com o objetivo de informar a população sobre o tamanho e a gravidade do problema. “O consumidor não pode ser indutor do financiamento do crime organizado comprando o produto ilegal. É importante que ele saiba que ao financiar o contrabando, ele perde em saúde, em educação e ainda ajuda o crime organizado a financiar especialmente o tráfico de drogas e de armas. É preciso que haja conscientização”, afirma Vismona.
R7