Economistas avaliam que a restrição de recursos para os gastos dos ministérios deve seguir afetando os serviços públicos. Isso porque há uma demora na retomada do crescimento econômico, com impacto negativo direto na arrecadação federal. Há relatos de falta de recursos para Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, faculdades e obras de infraesturutra, entre outros. A escassez de verbas é fruto do bloqueio de R$ 39 bilhões feito no Orçamento deste ano.
O objetivo do corte de gastos é tentar atingir a meta fiscal deste ano, que prevê déficit primário (sem contar despesas com juros) de até R$ 139 bilhões. Nas últimas semanas, por exemplo, por falta de verbas, a Polícia Federal suspendeu a emissão de passaportes (o Congresso aprovou um projeto que libera R$ 102,3 milhões para a impressão do documento) e a Polícia Rodoviária Federal reduziu o policiamento nas estradas.
Levantamento da Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado, mostra que, nos cinco primeiros meses deste ano, quase todas as áreas do governo foram afetadas pela limitação das chamadas despesas discricionárias (que podem ser cortadas), 38,5% menores se comparadas ao mesmo período de 2016.
De acordo com o Tesouro Nacional, o governo também reduziu (de janeiro a maio), em R$ 8,06 bilhões, os pagamentos dos programas de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa, Minha Vida. As despesas também caíram no Legislativo (-20,2%), no Judiciário (-22,3%) e no Ministério Público (-25,9%).