Se o seu filho está mal na escola, talvez o problema não seja a simples preguiça ou falta de vontade de estudar. Este pode ser um indício de um problema maior, como um transtorno de comportamento ou uma dificuldade cognitiva.
A dislexia é um transtorno de origem neurobiológica, hereditário e genético que interfere diretamente na capacidade de ler, escrever e interpretar símbolos fonéticos e textos. Ou seja, em diferentes níveis, de leve a severo, a dislexia pode impedir a associação entre letras e sons, impossibilitando o aprendizado. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o problema não está ligado ao QI do paciente, podendo ser identificado em pessoas com alto grau de inteligência.
Crianças com dislexia costumam apresentar alto grau de dispersão e fraco desenvolvimento da atenção. Normalmente acontece atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem e a criança ainda apresenta dificuldade de aprender rimas e canções. O fraco desenvolvimento da coordenação motora, dificuldade com quebra-cabeças e falta de interesse por livros impressos também são alguns sintomas que podem ser apresentados. Alguns sintomas podem ser identificados antes mesmo da idade escolar.
Na escola, disléxicos costumam apresentar dificuldade no aprendizado da leitura e da escrita, dificuldade em copiar de livros e da lousa, dificuldade na coordenação motora e desorganização geral. Outras dificuldades como indicar esquerda e direita, manusear mapas e dicionários também são comuns. Esses problemas podem ser amenizados, ou até superados, com a ajuda de professores particulares, tutores e programas de educação especializados.
O disgnóstico da dislexia pode ser confirmado por meio de consultas e exames feitos por uma equipe multidisciplinar composta por fonoaudiólogo, psicopedagogo e neuropsicólogo. Esta equipe vai avaliar a capacidade auditiva, de fala e fazer exames neurológicos.
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, conhecido como TDAH, é uma síndrome caracterizada por distração, agitação, hiperatividade, impulsividade, esquecimento, desorganização e adiamento crônico, entre outros sintomas. De acordo com o Instituto Paulista de Déficit de Atenção, todas as pessoas, tanto crianças quanto adultos, podem apresentar essas características em algumas situações – o que é completamente normal. Porém, quando as queixas e os problemas causados por elas são muito intensos, é importante investigar a causa.
O TDAH está associado a uma disfunção em uma área cérebro conhecida como lobo pré-frontal. Quando seu funcionamento está comprometido, ocorrem dificuldades como concentração, memória, hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico deve ser feito depois de uma extensa análise clínica do caso por um especialista que tenha vivência em TDAH, que pode ser um psicólogo, psiquiatra ou neurologista.
Durante a investigação do diagnóstico, o profissional especializado vai avaliar as características intelectuais, comportamentais e emocionais da criança, o histórico familiar, o desenvolvimento infantil e a vida escolar. Adultos também podem fazer uma avaliação para descartar ou confirmar o diagnóstico. O tratamento deve ser feito a partir de um acompanhamento médico-comportamental que deve contar com o envolvimento da família. De acordo com a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, uma medicação específica não é indicada para todos os casos e deve ser avaliada por um especialista.
De acordo com o governo do Estado de São Paulo, pelo menos 20% dos estudantes paulistas do ensino fundamental possuem algum problema de visão, mas nem sempre sabem. Isso pode interferir no desempenho escolar ao gerar dificuldade de leitura, de concentração e falta de interesse pelo ambiente. Os pais podem prestar atenção em alguns sintomas que são descritos pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) como sensibilidade exagerada à luz, dor de cabeça constante, tonteira e piscamento – quando a criança pisca muitas vezes ao tentar focalizar um objeto.
A melhor forma de prevenir o problema é levar a criança ao oftalmologista todos os anos antes do início das aulas. Os problemas mais comuns são a miopia, que é a dificuldade de enxergar o que está longe; a hipermetropia, que é a dificuldade de ver o que está muito perto; e o astigmatismo, quando a imagem fica embaçada, desfocada.
R7