Um rapaz de 24 anos morreu na última quinta-feira (4), após entrar em uma chácara particular para pegar fruta-pão, no bairro de Valéria, em Salvador. Familiares de Josuel Lima Nascimento fizeram um protesto neste sábado (6), durante o enterro dele, no Cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas, e disseram que policiais da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/Rondesp Central) foram responsáveis pela morte do rapaz.
Uma pessoa que preferiu não se identificar, disse em entrevista à TV Bahia, que Josuel foi executado e chegou a pedir aos policiais para não morrer. O jovem estava com um primo pegando fruta-pão na chácara, quando PMs da Rondesp chegaram atirando. O primo de Josuel fugiu, mas ele não conseguiu porque foi ferido.
“No momento que ele caiu, pessoas que moram ao redor [da chácara], que ouviram os gritos, ouviram ele gritando socorro, pedindo para não morrer, pelo amor de Deus. E viram [as testemunhas] quando ele tirou a carteira de trabalho do bolso e entregou pro (sic) policial, dizendo que ele era trabalhador, que era pai de família e que ele não merecia morrer. Pelo amor de Deus, não me mate [disse Josuel]. Nesse momento o policial, rasgou a carteira de trabalho dele e executou ele ali mesmo, dentro do mato. Foi execução”, relatou a testemunha.
A assessoria da Polícia diz que os PMs foram ao bairro de Valéria porque receberam a informação de que homens estavam com armas e drogas no local. A polícia disse que foi recebida com tiros e revidou, ferindo Josuel que chegou a ser levado para o hospital, onde os médicos confirmaram a morte. Ainda segundo a polícia, com o Josuel foram encontradas uma arma, pacotes com maconha, uma balança e um celular. O caso está na Corregedoria da Polícia Militar.
Josuel era casado e deixou um filho de um ano. Segundo a família, ele trabalhava como operador de máquinas.