No período de fevereiro de 2020 a fevereiro de 2021, o valor da cesta básica do paulistano teve alta de 29%, conforme levantamento com base na pesquisa mensal da Fundação Procon-SP, em convênio com o Dieese. O preço médio era de R$ 786,51 passou para R$ 1.014,63.
Óleo de soja – foi o produto que apresentou maior alta: 93,01%. O preço médio da embalagem com 900 ml passou de R$ 3,86 para R$ 7,45. O atraso na colheita causou incertezas quanto ao volume que seria produzido. Em seguida, houve a competição entre compradores internos e externos e a desvalorização do real frente ao dólar que contribuiu para estimular as exportações. Enquanto internamente ocorria a procura por derivados de soja, as exportações do farelo e do óleo de soja eram favorecidas, devido à menor disponibilidade na Argentina. A partir de janeiro/21, a valorização externa e o baixo excedente doméstico mantiveram os preços em alta, entretanto, os preços médios começaram a baixar.
Arroz – a segunda maior alta de preço: 82,63%. O preço médio do pacote de 5kg do arroz passou de R$ 12,78 em fevereiro/20 para R$ 23,34 em fevereiro de 2021. Entre os motivos, a desvalorização do real frente ao dólar, que aumenta o custo de produção interna e estimula as exportações, a diminuição da área plantada nos últimos anos e a queda nos estoques reguladores. Desde janeiro, a preferência das beneficiadoras, entretanto, foi liquidar o arroz em estoque, com preços inferiores aos verificados em semanas anteriores, o que justifica o recuo no preço médio iniciado naquele mês.
Cebola – a terceira maior variação: 57,96%. O preço médio era de R$ 3,33 e passou para R$ 5,26. No ano de 2020 as chuvas durante o plantio e as dúvidas suscitadas pela pandemia resultaram em diminuição da área plantada do bulbo, puxando as cotações da cebola para cima. A safra 2020/21 foi afetada por condições climáticas adversas, tais como estiagem, granizo e chuvas resultando em uma oferta interna reduzida e altos preços do bulbo. Em fevereiro/21, novamente a oferta reduzida de cebola, em especial nas praças do Sul, resultou em aumento de preço.
Batata – o quilo 41,77%, com o preço médio passando de R$ 4,07 para R$ 5,77. Uma das mudanças no hábito alimentar, provocadas pela pandemia e o isolamento social, foi a maior procura por produtos naturais, como a batata, em detrimento de produtos industrializados. Com essa demanda e os problemas na oferta causados pelo clima, os preços da batata subiram.
Carne – cortes de primeira sofreram variação de 38,97%. O preço médio do quilo passou de R$ 28,84 para R$ 40,08. A carne de segunda teve variação de 43,03%, passando de R$ 22,82 para R$ 32,64. Intenso ritmo de exportação, principalmente para a China; baixa disponibilidade de boi gordo no pasto; elevação nos preços de importantes insumos pecuários importados; e, aumento no valor dos insumos internos de alimentação, como o milho e o farelo de soja, foram os motivos. Em 2021, a limitada disponibilidade de animais prontos para abate e a valorização dos insumos mantêm os preços elevados.
Feijão – teve aumento de 22,60%, passando de R$ 5,53 para R$ 6,78. A redução da área plantada, as adversidades climáticas e a ação dos produtores para manter o preço em alta, ao segurar os estoques, foram os motivos. Além disso, volumes acima do comum adquiridos pelos consumidores, com o avanço do novo coronavírus, tiveram como consequência a alta nos preços.
Frango – o preço médio do frango resfriado inteiro teve variação de 14,59%, de R$ 7,61 para R$ 8,72. A exportação e os altos custos de produção são alguns dos motivos. Em janeiro deste ano, o maior volume do frango exportado segue para a China, mesmo que em menor ritmo. No mercado interno, como o frango é o concorrente proteico mais barato, esteve competitivo frente às carnes suína e bovina.
R7