A pandemia do novo coronavírus, cujo primeiro caso na Bahia foi registrado em 6 de março de 2020, em Feira de Santana, reservou aos profissionais da saúde muita dedicação e luta, em mais de um ano do cenário da pandemia. Entre os profissionais, atitudes como se afastar dos familiares, foram comuns, para evitar a proliferação do vírus.
De acordo com a pneumologista, Dra. Larissa Voss Sadigursky, diante do ano atípico, muitos profissionais da área da saúde acabaram ficando distantes da família, com o receio de levar o vírus para casa. “Acima de tudo, foi um ano de muito trabalho. Nunca a classe médica foi tão exigida, não apenas pelo quesito físico, mas também psicológico”, ressaltou.
Segundo a profissional, a preocupação dos especialistas se divide entre as unidades hospitalares e suas residências. Isso porque, ao chegarem em casa, os profissionais seguiam atentos à questões como a higienização, bem como as demais medidas de proteção, com o intuito de evitar a contaminação de seus familiares.
Aumento de casos
Neste momento, diante de uma nova elevação dos números relacionados à pandemia, a Dra. Larissa acredita que os profissionais da saúde voltaram a lidar com um cenário de trabalho intenso.
“Até o momento, achávamos que o pior momento da Covid-19 já havia sido superado, mas agora, diante desse novo aumento de casos, e da aparição de variantes com maior poder de infecção e maior agressividade, os profissionais estão sendo ainda mais colocados à prova”, explicou.
Em todo o estado, segundo o último boletim Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), 43.712 profissionais da saúde tiveram diagnóstico positivo para Covid-19, desde o início da pandemia. Desta forma, com o cenário mais agravado, os profissionais estão tendo que lidar com um cansaço físico e mental.
“É um momento crítico e delicado. Estamos falando de mais de um ano lidando com o tratamento de um vírus tão letal. Os profissionais estão cansados, desgastados, do ponto de vista físico e psicológico”, ressaltou a especialista.
O momento mais grave da pandemia têm trazido ainda novas percepções dos profissionais, sobretudo, quanto aos pacientes. Se, inicialmente, era mais comum lidar com pacientes com comorbidades e idosos, entre os casos mais graves, atualmente, o cenário tem sido diferente. “Isso porque, com as novas variantes, mesmo as faixas etárias mais jovens têm apresentado quadros mais graves”, explica.
Por fim, a especialista ressalta que, mesmo após um ano de pandemia, é necessário reforçar o apelo quanto aos cuidados, visto que muitas pessoas acabam relaxando na adesão às recomendações. “Desta forma, prosseguir com a utilização da máscara, a higienização das mãos, além de observarmos o distanciamento social são medidas extremamente importantes para superarmos este grave momento”, observou.