Evangélico e com origem na Polícia Militar, o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) foi o primeiro parlamentar a protocolar um projeto de lei da nova legislatura na Câmara. O tema: “declarar a Bíblia Sagrada como patrimônio nacional, cultural e imaterial do Brasil”. Ele disse que “a palavra de Deus” o ajudou a deixar de ser homossexual. “Como ex-gay, posso dizer: eu sou curado”, afirmou.
O parlamentar havia sido o segundo a chegar à seção de protocolo da Câmara ontem. A ideia de homenagear a Bíblia sensibilizou a primeira da fila, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que deu a vez ao colega.
“Eu vivi no alcoolismo, sou policial militar há 38 anos. Assim que entrei com 18 anos na PM, foi aquilo: revólver na cintura, beber, ficar bonito, namorar. Só que veio o alcoolismo, depois as drogas, aí perdi a dignidade. Fui planejar assalto, virei homossexual. Aí conheci Jesus”, afirmou Isidoro, hoje com 56 anos.
Essa não foi a única proposta elaborada pelo deputado Pastor Sargento, que também protocolou projeto para “proibir o uso o nome e/ou título BÍBLIA ou BÍBLIA SAGRADA em qualquer publicação impressa e/ou eletrônica com conteúdo (livros, capítulos e versículos) diferente do já consagrado há milênios pelas diversas religiões cristãs (católicas, evangélicas e outras que se orientam por este livro).”
A razão é evitar que militantes do movimento LGBT criem o que ele chama de “Bíblia gay”. “Meu amigo, se passar a Bíblia gay, acabou. Aí cada um com seu pecado. Vai passar a Bíblia do pedófilo, da zoofilia, dos corruptos. Isso é muito sério”, afirmou.
Segundo ele, o passado homossexual começou por causa de um abuso, praticado pelo primo de sua mãe e dentro de sua própria casa, ainda quando era criança. A partir daí ficaram os “reflexos” que ele só conseguiu interromper quando tinha 32 anos. Agora, o deputado diz ter família e filhos, mas crítica quem não respeita os gays, diz até ter “amigos que são”.
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